De acordo com uma pesquisa realizada em 2018 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), as mulheres são responsáveis por 34% dos cargos gerenciais no agronegócio brasileiro. O mesmo levantamento destaca que a força feminina já comanda mais de 30 milhões de hectares de propriedade rurais, representando 21% das fazendas do país. 

No entanto, ainda há muito espaço a ser conquistado, por isso, a Agrishow tem iniciativas para apoiar as mulheres do campo!

Uma delas é o Agrishow Pra Elas, nosso espaço exclusivo para mulheres, no qual são promovidos debates e bate-papos com muita informação, dicas e trocas de experiências entre mulheres, com a presença especial de convidadas que são líderes em diversos segmentos do setor! Enquanto a Agrishow não chega, nosso bate-papo já começa por aqui, no Agrishow Digital!

Em comemoração ao mês das mulheres, preparamos entrevistas com líderes de diversos setores, que compartilharam suas experiências conosco!

A primeira entrevista que vai ao ar é com nossa embaixadora digital Michele Guizini, ou Mih Guizini – como é conhecida no meio digital.

A produtora rural, do Vale do Araguaia (MT), dividiu conosco a história de sua família, de onde surgiu sua paixão pelo campo, até decidir começar a produzir conteúdo e tornar-se influenciadora digital do agro, uma das pioneiras neste setor!

Michele já foi premiada pelo seu trabalho como influencer e contou o segredo para isso: dividir sua paixão com o público. “Sempre tive o compromisso de trazer informações relevantes, mostrando a realidade do campo e a que eu vivo, de maneira clara, acessível”, conta.

Ainda com reconhecimento digital, Michele destaca que enfrenta desafios e preconceitos por ser mulher no campo. “Ainda existe um certo preconceito em relação à presença feminina no agro, especialmente quando se ocupa uma posição de liderança e influência”, comenta.

Mas ressalta que a presença feminina é fundamental para superar os desafios e inovar cada vez mais no agro. “O agro precisa de diversidade, e as mulheres têm muito a contribuir com sua visão, competência, sensibilidade e capacidade de inovação”.

Leia a seguir a entrevista na íntegra! Saiba mais sobre a história da Mi Guizini e confira dicas valiosas para as mulheres do agro!


Redação Agrishow (FAG): Michele, você vem de uma família de pecuaristas. Como essa origem influenciou sua escolha pela Engenharia Agronômica e sua paixão pelo agronegócio?

Michele Guizini (MG):  Desde pequena, sempre estive imersa no universo do agronegócio, acompanhando de perto o dia a dia da minha família.

Esse contato direto com o campo me fez desenvolver uma conexão genuína com a terra e entender a importância do setor para a sociedade. 

Minha paixão pelo agro vem da vivência, da experiência prática com os animais, plantas, máquinas agrícolas e tudo que envolva

E escolher a Engenharia Agronômica foi de forma bem natural, pois sempre quis aprofundar meus conhecimentos e contribuir de forma mais técnica para o agronegócio.

FAG: Há mais de 11 anos, você iniciou sua jornada como criadora de conteúdo. O que te motivou a começar a compartilhar conteúdo sobre o agronegócio nas redes sociais? E como você enxerga o papel das redes sociais na divulgação e valorização do agronegócio brasileiro?

MG: Minha motivação para criar conteúdo sobre o agro veio da junção entre a vontade de mostrar a realidade do campo e aproximar o público urbano ao setor agro.

Com o passar dos anos eu percebi que existia uma grande desconexão entre quem produz e quem consome, e as redes sociais se tornaram a ferramenta perfeita para me ajudar a produzir conteúdo e reduzir essa distância, trazendo informação de forma acessível, transparente, leve e bem-humorada.

Vejo as redes sociais como um espaço fundamental para a valorização do agro e das mulheres.

Elas permitem não apenas divulgar conhecimento técnico e boas práticas, mas também desmistificar narrativas equivocadas sobre o setor e quebrar paradigmas.

Além disso, o posicionamento nas redes é uma excelente oportunidade para fortalecer a imagem do produtor rural, destacar sua importância e inspirar novas gerações a se envolverem com o agro.

FAG: Você é considerada uma pioneira no segmento Agro nas redes sociais. Como foi o processo de construir sua presença online e se tornar uma das maiores influenciadoras do setor no Brasil? Como você equilibra o conhecimento técnico com a necessidade de criar conteúdo acessível e engajante para seu público?

MG: Construir minha presença online no agro foi um processo natural, baseado em consistência, autenticidade e, principalmente, paixão pelo que faço.

No início, existiam pouquíssimos criadores de conteúdo focados no agro, então eu comecei a postar minha rotina na prática. Também sempre tive facilidade de me comunicar, dessa forma aproveitei o gancho da pandemia onde tudo se digitalizou mais e comecei a gerar mais conteúdo o agro de forma atrativa para diferentes públicos.

Sempre tive o compromisso de trazer informações relevantes, mostrando a realidade do campo e a que eu vivo, de maneira clara, acessível, e sem fazer chacota com ninguém (apenas tirando sarro das minhas próprias situações)

Eu sempre digo que o equilíbrio é tudo!

Ter equilíbrio entre conhecimento técnico e de valor, juntamente como o conteúdo mais cômico, que atualmente é o que engaja mais.

Sei que muitos seguidores são produtores rurais e profissionais do setor, mas também há um grande número de pessoas que não têm vivência no agro. Por isso, busco traduzir conceitos complexos de forma mais simples, para que qualquer pessoa que assista consiga entender, usando uma linguagem leve, exemplos práticos e formatos mais dinâmicos. Acredito que essa abordagem ajudou a consolidar minha influência no setor e a fortalecer a conexão com minha audiência.

FAG: Em 2020, você ganhou o prêmio de Micro influenciadora Digital do Ano na categoria Agro pela CECOM. O que esse reconhecimento significou para você e para sua carreira?

MG: Confesso que não esperava esse reconhecimento, por eu ser uma influenciadora mulher, mas ao receber o prêmio de Micro influenciadora Digital do Ano na categoria Agro pela CECOM em 2020 foi uma grande honra e uma validação do trabalho que venho construindo nas redes sociais ao longo dos anos.

Esse reconhecimento reforçou a importância de levar informação de qualidade sobre o agronegócio para um público cada vez maior, mostrando que o conteúdo que produzo realmente faz a diferença. 

Para minha carreira, o prêmio representou uma motivação extra para continuar investindo na criação de conteúdo e ampliando meu alcance no setor.

Pois também sou humana, e sim, muitas vezes por falta de apoio pensei em desistir.

Além disso, fortaleceu minha credibilidade como referência no agro digital, abrindo novas portas e oportunidades de parcerias, e projetos que contribuem ainda mais para a valorização da mulher no agro.

FAG: Quais são os maiores desafios que você enfrenta como mulher líder no agronegócio e como influenciadora digital neste setor?

MG: Como mulher do agro e influenciadora digital no setor, enfrento desafios que vão desde a quebra de estereótipos até a necessidade constante de provar minha própria competência em um ambiente dominado por homens. Ainda existe um certo preconceito em relação à presença feminina no agro, especialmente quando se ocupa uma posição de liderança e influência. 

Além disso, no digital, o desafio é manter um equilíbrio entre credibilidade técnica e engajamento, garantindo que o conteúdo seja informativo e, ao mesmo tempo, acessível para diferentes públicos.

Não é só porque o conteúdo que engaja mais é de humor que irei focar somente nele, aí está o erro.

Continuar produzindo conteúdo de valor é o que vai levar o agro adiante e provar que nós não somos só POP, tem muito mais que isso por trás desse setor.

A internet também exige resiliência, pois lidar com críticas e opiniões divergentes faz parte da exposição online. 

Eu vejo esses desafios como oportunidades de crescimento. O cenário está mudando, e cada vez mais mulheres ocupam espaços de destaque no agro. Ser uma voz ativa nesse movimento e incentivar outras mulheres a seguirem no setor é uma das maiores motivações do meu trabalho.

Todos os dias mostro para elas que somos capazes.

FAG: Para finalizar, que conselho você daria para outras mulheres que desejam seguir carreira no agronegócio, seja como profissionais técnicas ou como comunicadoras e influenciadoras digitais?

MG: Meu principal conselho para as mulheres que querem seguir carreira no agro, é: confiem no seu potencial e não tenham medo de ocupar espaços. O agro precisa de diversidade, e as mulheres têm muito a contribuir com sua visão, competência, sensibilidade e capacidade de inovação. 

Busquem qualificação, estejam sempre atualizadas e mostrem seu valor pelo conhecimento e pela dedicação.

Para quem deseja se tornar influenciadora digital no agro, a autenticidade é o ingrediente essencial. Criem conteúdo com propósito, compartilhem experiências reais e se conectem genuinamente com o público. 

Os desafios existem, mas a presença feminina no agro está crescendo, e cada mulher que se posiciona fortalece esse movimento. Então, persistam, nunca deixem que os obstáculos definam seus limites e abafem seus sonhos.

Se você quer garantir sua presença no Agrishow para conhecer a Mih Guizini no Lounge dos Embaixadores e visitar o Agrishow Pra Elas, acesse aqui para adquirir seus ingressos!