Com cerca de 6 milhões de hectares irrigados, o Brasil tem potencial para expandir essa área em até dez vezes, de acordo com o estudo "Análise Territorial para o Desenvolvimento da Agricultura Irrigada", elaborado pelo Ministério da Integração Nacional em parceria com a Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) e o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura). Diante disso, é natural que cresça o interesse dos pequenos e médios produtores rurais pela irrigação e o desejo imediatista de acertar na técnica. Será, porém, que existe um tipo padronizado para cada cultura?
A resposta é não. O sistema de irrigação depende, basicamente, da cultura, do solo e do tamanho e topografia da área, de acordo com o pesquisador na Embrapa Instrumentação, Luís Henrique Bassoi. “A capacitação tecnológica e a disponibilidade de recurso financeiro do produtor também podem influenciar a decisão sobre qual sistema de irrigação utilizar em uma determinada cultura”, afirma. Entretanto, para facilitar a busca pelo método mais adequado, é possível estabelecer alguns caminhos básicos.
Aspersão
Culturas anuais como feijão, milho, cenoura e batata podem ser irrigadas por aspersão. “Em áreas pequenas pode ser utilizado o sistema por aspersão convencional, em que tubos são distribuídos na área cultivada e a água é aplicada por aspersores instalados em um espaçamento que varia de acordo com as suas características de pressão de trabalho, vazão e raio de alcance do jato de água”, diz Bassoi. Já em áreas maiores, é possível utilizar o sistema de irrigação por pivô central ou lateral móvel, que se baseia no deslocamento automatizado de uma torre com aspersores para a aplicação de água em uma área circular ou retangular.
Normalmente aplicada em plantações de cana de açúcar e citros, a irrigação por autopropelido tem o deslocamento de um aspersor por meio de um acionamento hidráulico, que puxa a mangueira a qual o “canhão” está conectado ao longo da área.
O sistema de irrigação depende da cultura, do solo e do tamanho e topografia da área
Localizada
Outro sistema é o de irrigação localizada, também chamado de microaspersão ou gotejamento, muito comum em culturas perenes. Nele a água não é aplicada em toda a superfície do solo, mas em parte dele, ao redor ou próximo à planta. “Para o tomateiro industrial são mais frequentes a irrigação por gotejamento e por pivô central em áreas mais extensas, enquanto que para a produção de tomate in natura a irrigação por superfície se destaca.”
Por superfície
A maior parte do arroz irrigado no Brasil utiliza a irrigação por superfície, mas em terras altas utiliza-se aspersão. O pesquisador ressalta, no entanto, que os cultivares de arroz para a irrigação por superfície são diferentes dos indicados para a irrigação por aspersão. A melancia é outro exemplo de cultura que pode ser irrigada tanto por superfície como por aspersão. Na dúvida sobre o correto manejo de irrigação, o mais indicado é buscar orientação profissional em consultorias e instituições de pesquisa.
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