Na formação de pastagens, diversos fatores influenciam o sucesso do plantio, como preparo do solo, manejo correto e condições climáticas. Mas, a semente para plantio é a protagonista desse processo.
Sua falta de qualidade pode, por si só, comprometer todo o resultado da formação da pastagem.
Por isso, ter boas sementes forrageiras é um fator determinante para o sucesso da formação de pastagens produtivas e sustentáveis.
Diogo Rodrigues da Silva, Coordenador do Departamento Técnico da SOESP, destaca que sementes de alta pureza e com uma elevada taxa de germinação e vigor garantem uma série de benefícios:
- Emergência mais uniforme;
- Facilitam a cobertura do solo;
- Promovem um estabelecimento mais rápido e eficiente da forrageira.
Quer saber mais? Então leia o artigo e entenda detalhes da importância da qualidade de sementes para plantio.
Por que escolher sempre sementes de qualidade?
A escolha de sementes de qualidade é crucial para o sucesso da formação de pastagens. Essa decisão impacta diretamente a produtividade, a longevidade e a rentabilidade da criação.
Quando a semente apresenta boa qualidade fisiológica e sanitária, há um melhor aproveitamento do potencial produtivo da espécie, reduzindo falhas na formação da pastagem e minimizando a necessidade de replantio.
Além disso, conforme destacado por Diogo Silva, uma implantação bem-sucedida reduz custos e aumenta a longevidade das pastagens:
“Quando a semente é de qualidade e a implantação é bem feita, a competitividade da forrageira contra plantas invasoras cresce. Ao mesmo tempo, reduz custos com manejo, além de garantir maior longevidade do pasto”.
Portanto, investir em sementes para plantio de qualidade é fundamental para obter uma pastagem vigorosa, com maior capacidade de suporte animal e melhor eficiência no uso dos recursos naturais.
Evolução constante em sementes
Nos últimos anos, a tecnologia em sementes forrageiras evoluiu significativamente, trazendo avanços capazes de garantir maior segurança e eficiência na implantação das pastagens.
“Hoje, já contamos com sementes tratadas com fungicidas e inseticidas, que as protegem contra pragas, além de grafite e polímero, que melhoram a plantabilidade e a distribuição das sementes no solo”, salienta Diogo Silva.
Segundo o coordenador da SOESP, essa tecnologia permite um estabelecimento mais uniforme e vigoroso da pastagem, reduzindo perdas e proporcionando um resultado muito mais eficiente na formação.
“O custo também é relativamente baixo quando comparado aos benefícios que entrega ao produtor”, complementa.
No entanto, como em qualquer mercado, há produtos de qualidade e outros que não entregam o desempenho esperado.
Por isso, é essencial que o produtor esteja atento e saiba diferenciar bons e maus tratamentos de sementes. Veja detalhes a seguir.
Como fazer a escolha e o correto armazenamento das sementes?
Na hora de escolher a semente forrageira, o produtor deve estar atento a uma série de pontos.
A qualidade do tratamento é um deles. Diogo Silva ressalta que o produtor deve verificar se ele possui boa resistência, sem se desprender ou quebrar durante o plantio.
“Um tratamento bem feito deve garantir uniformidade, melhor plantabilidade e maior proteção contra o ataque de fungos e formigas, o que é essencial para o sucesso da formação da pastagem”, reforça.
Além disso, é fundamental adquirir sementes de empresas idôneas, reconhecidas no mercado pela qualidade e transparência.
Outro ponto importante recomendado pelo especialista é observar o peso de mil sementes (PMS). “Essa variável influencia diretamente na quantidade de sementes por grama, permitindo uma comparação mais justa entre os materiais disponíveis”.
O armazenamento também é um fator determinante para manter a qualidade da semente para plantio.
O coordenador da SOESP recomenda que o local deve ser seco, fresco e bem ventilado. “Umidade e calor aceleram a deterioração e favorecem o ataque de fungos e pragas, logo devem ser evitados”.
As sementes nunca devem estar em contato direto com o solo ou paredes úmidas. A recomendação é armazená-las sobre pallets e longe de fontes de condensação.
Outro ponto a ser evitado é a exposição direta ao sol, pois o aumento da temperatura reduz a viabilidade da semente.
Também é essencial manter o ambiente livre de pragas, como insetos e roedores, que podem comprometer a qualidade do lote.
Os testes de germinação também auxiliam na escolha. Eles têm a função de avaliar a capacidade das sementes de emitirem plântulas viáveis sob condições controladas de temperatura e umidade.
“Esse teste é fundamental para indicar o potencial de estabelecimento da semente no campo, auxiliando na definição da taxa de semeadura e garantindo uma formação mais eficiente da pastagem, trazendo mais segurança para o produtor”, complementa Diogo.
Seguindo esses cuidados, o produtor garante que a semente mantenha seu potencial produtivo, evitando perdas e assegurando uma formação mais eficiente da pastagem.
Como funcionam os métodos de germinação de sementes para plantio?
O coordenador da SOESP explica que a germinação de sementes forrageiras pode ser feita em câmara de germinação, canteiros, vasos, bandejas ou tubetes, dependendo do objetivo e da estrutura disponível.
No método em canteiros, o primeiro passo é preparar o substrato, que deve ser leve, bem drenado e rico em matéria orgânica.
Após nivelar o solo, as sementes são distribuídas uniformemente e cobertas com uma fina camada de substrato ou areia. A irrigação deve ser frequente, mantendo a umidade sem encharcar.
Quando as mudas atingem o estágio adequado, são transplantadas para o local definitivo.
Já em vasos, bandejas e tubetes, o processo é semelhante, mas cada método tem vantagens específicas.
- Vasos: indicados para pequenos experimentos ou quando há espaço limitado;
- Bandejas: permitem germinar inúmeras sementes em pouco espaço, facilitando o manejo e o transporte das mudas;
- Tubetes: proporcionam melhor desenvolvimento radicular e reduzem o estresse no transplante, aumentando a taxa de sobrevivência no campo.
“Independentemente do método escolhido, é essencial garantir boa iluminação, temperatura adequada e controle de pragas para obter mudas vigorosas e com alto potencial de estabelecimento”, explica Diogo.
Como planejar o calendário de plantio?
Para planejar o calendário de plantio de sementes forrageiras, é essencial considerar o período chuvoso da região, garantindo que haja umidade suficiente para a germinação e o estabelecimento inicial da pastagem.
Com experiência na área, Diogo Silva recomenda: “Espécies tropicais, como Brachiaria e Panicum, devem ser plantadas no início da estação chuvosa, enquanto forrageiras de inverno, como aveia e azevém, devem ser semeadas no final do verão ou início do outono”.
A profundidade de plantio também varia conforme o tamanho da semente e as condições do solo.
Sementes forrageiras, como Brachiaria e Panicum, por exemplo, devem ser plantadas até no máximo 3 cm de profundidade, garantindo contato com a umidade sem dificultar a emergência.
“Plantios mais profundos ou superficiais podem atrasar e comprometer a germinação”, alerta o coordenador da SOESP.
Cuidados para manter a qualidade das sementes
O cuidado com as sementes é essencial e deve ser constante. Diogo Silva explica que ele começa ainda no armazenamento.
“Toda semente é um ser vivo e, se não armazenada corretamente, pode perder sua viabilidade e, eventualmente, morrer”.
Por isso, é fundamental mantê-las em locais secos, frescos e bem ventilados, protegidas da umidade, do calor excessivo e de pragas.
Já após o plantio, na fase de estabelecimento da pastagem, é essencial monitorar o ataque de pragas e doenças. “O controle preventivo, por meio do acompanhamento regular da área, evita perdas significativas”, destaca o especialista.
Algumas das principais ameaças nessa fase incluem formigas-cortadeiras, lagartas e fungos que atacam as plântulas recém emergidas.
A irrigação ainda é uma tecnologia pouco utilizada em pastagens, mas seu impacto na produtividade é significativo.
“Quando bem planejada, permite um crescimento mais uniforme da forrageira, maior capacidade de suporte e produção estável ao longo do ano, reduzindo os efeitos de estiagens”, finaliza o coordenador da SOESP.
No entanto, a implementação da irrigação exige um estudo de viabilidade econômica dentro do projeto de cada propriedade.
Fatores como disponibilidade de água, custo de instalação, energia e retorno sobre o investimento devem ser analisados.
Em áreas de alta demanda forrageira, como sistemas intensivos de pecuária, a irrigação pode ser um diferencial estratégico, garantindo maior segurança na alimentação do rebanho e melhor aproveitamento do potencial produtivo da pastagem.