Grande parte das aplicações agrícolas em diversas culturas é realizada com o auxílio de adjuvantes. Atualmente, o decreto 4.074/2002 define os adjuvantes como “produtos utilizados em misturas com produtos formulados para melhorar a sua aplicação”. Esses produtos possuem características variadas e, geralmente, desempenham várias funções simultaneamente, melhorando a qualidade da aplicação. Mas, ao escolher um adjuvante para sua safra, você sabe exatamente quais funções ele deve apresentar? Ou
melhor, sabe quais atendem melhor às necessidades específicas da sua cultura?
Nosso papo aqui precisa ser rápido, por isso vou ser direto e resumidamente falarei sobre algumas principais características. Quando falamos em adjuvantes, seus benefícios podem se estender desde o tanque (aqui estamos falando da calda), até a mobilidade deste produto pulverizado no alvo. Abaixo temos alguns fatores importantes que podem ser alterados pela presença de adjuvantes.
➔ DENTRO DO TANQUE
Compatibilidade, solubilidade, estabilidade, formação de espuma e o PH
➔ FORA DA BARRA/PROCESSO DE APLICAÇÃO
Redutor de deriva e da evaporação.
➔ ALVO
Retenção, adesão, molhamento, espalhamento, absorção, penetração e translocação.
Como mencionei anteriormente, os adjuvantes podem alterar diversas características do processo de pulverização. No entanto, cada tipo de adjuvante oferece benefícios específicos, que podem ou não abranger os pontos mencionados, dependendo do objetivo da formulação e da eficiência alcançada pelo fabricante.
O livro de Ulisses Antuniassi e Walter Boller, Tecnologia de Aplicação para Culturas Anuais, apresenta um fluxograma interessante que utiliza a cor vermelha para indicar as necessidades de aplicação e a cor preta para as características que atendem a essas necessidades. Trata-se de uma forma simples e prática de orientar a escolha de um adjuvante.
Figura 1 – Fluxograma para seleção de alguns adjuvantes
Fonte: Antuniassi, Boller (2019, p. 32)
Além disso, Antuniassi e Boller também apresentam a classificação funcional e a recomendação de uso em função desta classificação. Segue abaixo.
Figura 2 – Classificação Funcional e recomendação de uso de adjuvantes.
Fonte: Antuniassi, Boller (2019, p. 31)
Por isso, é importante entender quais são os principais desafios da sua lavoura. Por exemplo, se há muita incidência de ventos, o ideal é utilizar um adjuvante com boas propriedades antideriva, reduzindo os riscos de perdas causadas pelo vento. Outro caso comum no Brasil é a necessidade de adjuvantes compatibilizadores, que melhoram a interação entre os componentes da mistura, minimizando problemas como sedimentação ou formação de grumos. Além disso, se você estiver aplicando um produto em culturas com folhas cerosas, um adjuvante com boas características de espalhamento pode aumentar
significativamente a eficácia da aplicação.
Espero ter contribuído para que você desenvolva um olhar mais crítico na escolha do seu adjuvante.
Sucesso na sua próxima aplicação e até mais!
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