Quem conhece ambientes de serra sabem por que eles são muito procurados pelo país. Com belezas naturais, condições geográficas e pelo atrativo gastronômico, essas regiões chamam a atenção. E, por falar em gastronomia, regiões serranas são ótimas para a produção da truta.
Status de produto nobre, a produção nacional da truta é de cerca de 2.000 toneladas/ano e ocorre principalmente nas regiões serranas de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, até a Serra de Santa Catarina.
E, para contribuir com os produtores, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) desenvolveu uma ferramenta que melhora a qualidade das matrizes, reprodutores e alevinos por meio de testes genômicos que direcionam os cruzamentos.
Conhecido como TrutaPLUS, este é um serviço que ajudará na avaliação da estrutura e da diversidade genética dentro e entre plantéis comerciais de reprodutores dessa espécie.
Pouca informação sobre a estrutura genética da truta no Brasil
O Brasil é um país que tem uma piscicultura muito forte, com mais de 860 mil toneladas de peixes produzidas no país, com destaque para a tilápia, que representa quase 64% do total.
Já a truta, que tem uma produção de cerca de 2.000 toneladas/ano, representa apenas 2% do total, indicando que essa é uma cultura ainda nova no país.
Segundo Alexandre Caetano, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, as pesquisas com a truta-arco-íris no Brasil, até o momento, estiveram voltadas principalmente, para aspectos ecológicos e históricos da introdução da espécie no País, a viabilidade econômica do sistema produtivo, aspectos reprodutivos, sanitários e de manejo.
“Temos poucas informações sobre a composição e estrutura genética dos plantéis comerciais de reprodutores de truta do Brasil. Amplamente realizados em outros países, essa ainda não é uma pauta aplicada no Brasil”, comenta o pesquisador.
Sem essas informações, o pesquisador explica que o não conhecimento da genética dos animais, eleva a probabilidade de gerar proles com doenças genéticas e quando o alevino nasce, seu crescimento será menor.
“Quando há o cruzamento entre parentes, o crescimento da truta pode ser 10 % menor. No cruzamento de mais uma geração, o crescimento será 30% menor, comprometendo a atividade”, destaca.
TrutaPlus: nova solução para evitar acasalamentos entre parentes
Para reduzir as dificuldades com a falta de informações genômicas do plantel brasileiro de trutas, a Embrapa desenvolveu a ferramenta TrutaPlus.
Solução simples, de baixo custo, prática e inovadora, a TrutaPlus é ideal para que produtores de truta deem início à análise genômica dos reprodutores e matrizes de seus plantéis.
Essa ferramenta contribui com a promoção da qualificação, do manejo e do melhoramento genético da espécie, a exemplo do que vem ocorrendo desde o lançamento da plataforma AquaPLUS com a oferta de outras quatro ferramentas genômicas voltadas a espécies aquícolas.
Segundo Alexandre Caetano, a caracterização genética do plantel permite que o truticultor seja capaz de selecionar os reprodutores e matrizes com maior probabilidade de gerar proles com características desejadas, como resistência a doenças, boa taxa de conversão alimentar, crescimento rápido etc.
Mas, o principal objetivo dessa ferramenta, segundo o pesquisador, é evitar acasalamentos entre animais com parentesco próximo. “Com essa ferramenta conseguimos evitar o acasalamento entre consanguíneos, que aumentam as chances de problemas genéticos nos descendentes”, complementa.
Por que gerenciar o acasalamento da truta?
Na produção animal, os acasalamentos entre parentes nunca é uma opção. Cruzar bovinos, cachorros e demais animais com alto grau de parentesco nunca trará bons resultados.
Para a truta, esse acasalamento entre parentes próximos também não é aconselhável. Porém, diferentemente de outros animais de produção, evitar acasalamentos entre as trutas é muito complicado, já que elas ficam em um mesmo tanque ou lagoa.
O ideal é chipar todos os animais e separá-los por parentesco, porém, segundo Caetano, isso raramente é feito. “Devido à produção mais reduzida, são raros os produtores de truta que separam e chipam os animais”, complementa.
A ferramenta TrutaPlus surgiu com este propósito. “Basta o produtor tirar um pedaço da nadadeira dos animais e enviar para nosso laboratório. Com esse pedacinho conseguimos reconstruir o DNA de cada um dos animais e realizar o teste genômico”, explica Caetano.
Assim, por meio dos serviços disponibilizados na Plataforma, é possível saber se as matrizes de truta possuem algum grau de parentesco entre si.
A ferramenta também revela se as trutas são puras ou híbridas, permitindo, assim, o direcionamento de cruzamento tanto para a produção de alevinos para engorda quanto para reposição, troca e comércio de germoplasma de matrizes e, consequentemente, para a redução de perdas de produtividade.
Quinto produto disponível na AquaPLUS
O TrutaPLUS será o quinto produto disponível na plataforma AquaPLUS, que já disponibiliza os seguintes serviços:
- Tambaqui (Colossoma macropomum): TambaPLUS Parentesco e TambaPLUS Pureza;
- Camarão vannamei (Litopenaeus vannamei): VannaPLUS;
- Tilápia (Oreochromis niloticus): TilaPLUS.
Assim, se você é produtor de truta e pretende realizar o teste genômico do seu plantel, a ferramenta TrutaPlus é a sua melhor solução.
Para conhecer este serviço, basta entrar em contato com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e receber todos os direcionamentos para conhecer seu plantel de truta e realizar acasalamentos mais bem direcionados, evitando problemas genéticos e aumentando a produtividade.
Aproveite para conferir este artigo exclusivo da Agrishow Digital e ter algumas dicas para criar tilápia.
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