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Fazendas verticais em mercados mudam o jogo na agricultura?

Article-Fazendas verticais em mercados mudam o jogo na agricultura?

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Saiba mais sobre as fazendas verticais instaladas em supermercados e veja como essa inovação pode mudar a concepção de agricultores tradicionais.

Imagine entrar em um supermercado de uma grande cidade e encontrar uma horta natural entre as prateleiras, repleta de produtos ultrafrescos e prontos para serem colhidos na hora. Essa já é uma realidade em alguns supermercados e vem sendo conhecida como fazendas verticais.

A solução das fazendas verticais resolve a questão da falta de espaço nas cidades que, por vezes, não conseguem mais acomodar hortas e fazendas urbanas - além de produzir um produto de excelente qualidade.

Por outro lado, muitos horticultores têm o receio de essa inovação “acabar com sua atividade”, devido à facilidade de compra e qualidade de verduras e legumes produzidos “indoor”.

Será essa uma preocupação que eles realmente devem ter?

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Fazendas verticais: controle total e melhor aproveitamento do espaço

Fazendas verticais são caracterizadas como um tipo de produção agrícola indoor em ambiente controlado em que o cultivo é feito por andares, camadas ou módulos, possibilitando controle total das variáveis ambientais que afetam o crescimento e a produção vegetal (iluminação, temperatura, umidade, concentrações de CO2 e O2).

Com esse tipo de produção há também melhor aproveitamento do espaço vertical”, explica Ítalo Moraes Rocha Guedes, pesquisador em Nutrição de Plantas e Cultivo Protegido da Embrapa Hortaliças. Segundo o pesquisador, esse tipo de cultivo indoor quase invariavelmente utiliza técnicas de hidroponia.

Em supermercados essas fazendas verticais são na verdade mini-fazendas verticais, também conhecidas como mini-PFAL (sigla para “plant factory with artificial light”), nas quais se produz principalmente folhosas dentro das próprias dependências dos supermercados e que podem ser colhidas diretamente pelos consumidores e consumidas frescas.

Segundo Guedes, o volume de espaço das mini-fazendas verticais varia entre 0,3m3 até 30m3. “A produção nestes sistemas é precoce, nutricionalmente completa, livre de agrotóxicos e de manipulação”, complementa o pesquisador.

Além disso tudo, a tecnologia adotada usa até 95% menos água do que a agricultura convencional e ainda reduz as emissões de poluentes, uma vez que é cultivado localmente.

Além dos supermercados, tal sistema pode ser implantado em restaurantes, hotéis, centros de distribuição ou qualquer comércio que queira oferecer produtos ultrafrescos.

Percepção equivocada sobre cultivos indoors

Mesmo com o número de fazendas verticais estar aumentando nos últimos anos, Guedes cita que há uma percepção equivocada de que a proposta dos cultivos indoors, como as fazendas verticais, vai substituir toda a agricultura tradicional. “Longe disso”, diz o pesquisador para quem a proposta não é da migração de toda a produção agrícola para esse tipo de estrutura, mas da produção de hortaliças, frutíferas e plantas ornamentais. “A maior disponibilidade desses produtos de alta qualidade no ambiente urbano pode inclusive significar, no longo prazo, preços mais acessíveis e aumento de consumo”, complementa Guedes.

O pesquisador indica que o uso intensivo de tecnologia permitirá produtividades ainda maiores em áreas muito pequenas que produzirão tanto ou mais que áreas muito maiores em campo aberto. “Pelo menos inicialmente, o público consumidor será outro - um público disposto a pagar mais por um produto de maior qualidade”, acredita.

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Para “competir” com supermercados, os agricultores devem se organizar!

Na atualidade, o consumidor está cada vez mais exigente. Por isso, Guedes acredita que tanto pequenos quanto grandes produtores devem estar atentos às tendências de mercado.

O agricultor, independente do seu tamanho, deve entender que o consumidor de hoje deseja conveniência e praticidade, quer saber a proveniência do que consome e tende a valorizar a produção local e o consumo consciente”, diz.

Guedes indica que os produtores devem ter a clareza de que o foco deve estar sempre no consumidor. Ainda segundo o pesquisador, pequenos produtores precisam saber que, para competir de forma mais eficiente, as cadeias devem se organizar.

Muitos pequenos agricultores unidos por meio de associações e cooperativas têm muito mais chance de ser competitivos”, finaliza.

Diante das colocações de Guedes, é plenamente vantajosa ao consumidor a competição entre a agricultura vertical e a agricultura tradicional, com ambos podendo ganhar mercado e melhorar a qualidade de seus produtos, atendendo às necessidades do mercado consumidor.  

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