A suinocultura brasileira se posiciona hoje como uma das cadeias produtivas mais avançadas do mundo. Na atualidade, ocupamos a quarta colocação mundial, com 4,9 milhões de toneladas produzidas em 2022 (ABPA).
Apesar dessa excelente posição, suinocultores brasileiros ainda enfrentam desafios. Temos dificuldades na busca por uma mão de obra mais qualificada e ainda precisamos alcançar maior eficiência produtiva.
E é com o objetivo de contribuir com este cenário que a startup gaúcha Roboagro recentemente apresentou robôs que estão contribuindo com o ganho de eficiência dos processos.
Para entender melhor sobre os desafios da suinocultura brasileira e as vantagens do uso de robôs na suinocultura de precisão, conversamos com Giovani Molin, CEO da Roboagro. Confira!
Suinocultura brasileira: produtiva, mas com desafios
Pelo terceiro ano consecutivo, a suinocultura brasileira alcançou seu recorde de produção. Dados da ABPA indicam que durante todo o ano de 2022 foram produzidas 4,9 milhões de toneladas de carne suína e com grandes perspectivas de crescimento.
No entanto, mesmo diante das ótimas projeções, nossa suinocultura enfrenta desafios. Para Giovani Molin o principal desafio da suinocultura atual é garantir a máxima eficiência da produção.
“O custo com ração representa quase 80% da produção. A carne suína é uma commodity e os insumos para sua produção (milho e soja) também são commodities. Isso tudo torna tudo muito caro!”, salienta.
Fazer essa transformação com eficiência é, para Molin, o que garante a competitividade e a lucratividade dos suinocultores.
“O desafio é garantir essa eficiência considerando todas as demais exigências do setor, caso do bem-estar animal, falta de mão de obra, aumento das exigências dos consumidores, uniformidade/padrão de produção em granjas cada vez maiores e muitos outros...”.
Mas como garantir a máxima eficiência da suinocultura?
Os desafios são colocados à prova por todo suinocultor. Cabe aos suinocultores adotar medidas e soluções para aumentar a eficiência da suinocultura.
Para o CEO da Roboagro, o investimento em tecnologia é o melhor caminho. “Precisamos adotar tecnologias que aliviem os braços do produtor, mas que gerem resultados zootécnicos e financeiros”.
Molin indica ainda que os comedouros à vontade, existentes no mundo inteiro, estão com os dias contados. “Precisamos entregar para cada animal a quantidade que eles podem performar, garantindo os melhores resultados”.
Por sorte, a suinocultura está passando por uma transformação, especialmente com a suinocultura de precisão. Giovani Molin faz uma analogia bastante interessante para explicar essa transformação.
“Antes tínhamos o “buffet livre”, mas diante do aumento dos insumos estamos indo cada vez mais para um modelo “a la carte”, ou seja, consideramos a demanda de cada indivíduo”.
Mas como conseguir criar suínos de uma forma mais eficiente, efetiva, econômica e produtiva? Para Molin, a adoção de robôs é a melhor opção!
No lugar de humanos, usam-se robôs
Em muitas atividades, os robôs já têm papel fundamental. O uso deles garante a segurança alimentar de forma competitiva para toda a população mundial. Recentemente eles chegaram aos suínos.
Parte importante da suinocultura de precisão, suinocultores contam a partir de agora com mais um aliado para elevar a qualidade e produtividade nas granjas: os robôs.
A alimentação representa quase 80% dos custos da produção da suinocultura. Consequentemente, fazer a entrega correta “a la carte” conforme a demanda e o potencial dos animais é o grande benefício proporcionado pelos robôs.
Neste contexto, a Roboagro passa a oferecer uma solução completa de suinocultura de precisão. Essa solução engloba o robô móvel alimentador de animais, multitarefas, capaz de identificar a performance, o comportamento e o bem-estar dos animais, por meio de sensores e dispositivos.
Esse robô permite ainda entregar dois ou mais tipos de rações e medicamentos, de acordo com a quantidade e nutrientes necessários em cada baia.
“Tudo isso gerenciado em tempo real pela plataforma da Roboagro, com capacidade e inteligência artificial para identificar e agir de forma precoce, propondo adição de vitaminas, suplementos e manejos”, orienta Molin.
Robôs alimentam suínos de acordo com a demanda!
Na suinocultura, mesmo com todos os animais entrando na granja no mesmo dia e saindo no mesmo dia, vemos uma diferença muitas vezes de até 60% de variação de peso entre os mais pesados se comparado com os mais leves.
Nesse sentido, há a necessidade de ajustar a nutrição conforme cada demanda. Para isso, Molin ressalta que o Roboagro dispõe de câmeras que monitoram o peso, performance, comportamento e bem-estar dos animais durante o trato, que ocorre de 4 a 5 vezes por dia.
“O robô percorre toda a extensão da granja e entrega em cada baia a quantidade exata de ração que os animais precisam. Dessa forma, com a nutrição de precisão é possível economizar até R$60,00 por animal produzido se comparado ao sistema padrão de comedouro à vontade”.
Giovani Molin explica que este robô tem sido muito utilizado nas fases de crescimento e terminação de suínos, bem como nas fases de gestação e maternidade.
“Cada fase tem a sua demanda específica e o robô aplica no dia a dia as melhores práticas definidas pelas áreas técnicas das agroindústrias. Nosso robô também garante a aplicação da suinocultura de precisão sem a presença do produtor no dia a dia da granja”.
Com isso, o produtor passa a ser o gestor da granja e não mais o tratador.
Benefícios do uso de robôs na suinocultura
Sem dúvidas, o principal benefício do robô são os resultados financeiros e zootécnicos gerados por ele.
Mas, eles são essenciais também para garantir uma melhor qualidade de vida para o produtor e o bem-estar para os animais. “O fato dele percorrer toda a extensão da granja entregando em cada baia a quantidade exata de ração, nutrientes, água e medicamentos de forma específica, pontual, garante os melhores resultados”, complementa Molin.
O CEO da Roboagro indica também que a suinocultura de precisão proporciona os mesmos benefícios que vimos acontecer na agricultura de precisão.
Molin explica que na agricultura, costumávamos tratar uma área como um todo, atualmente estamos tratando cada talhão, cada planta como se fosse única. Este movimento vem sendo trazido para a suinocultura.
“Com o advento dos robôs, tratamos cada baia e cada animal como se fossem únicos, atendendo as demandas específicas e aproveitando todo o potencial genético do animal para garantir os melhores índices de conversão alimentar, GPD (ganho de peso diário) e redução de mortalidade”.
Por consequência há a redução de custos e do impacto ambiental da atividade.
Mudança estrutural da suinocultura brasileira
A revolução promovida pelos robôs na suinocultura tem tudo para provocar uma mudança estrutural do setor.
Com a inovação estão surgindo muitos acessórios/implementos acoplados aos robôs em geral. “Esses implementos proporcionam a aplicação dos melhores conceitos científicos no dia a dia das granjas”, acrescenta Molin.
O CEO da Roboagro acrescenta ainda que a ciência tem um conhecimento muito grande do que seria ideal para aplicar aos animais. O grande desafio era aplicar/levar esses conceitos para o campo, para cada baia. Os robôs estão permitindo isso!
“A tecnologia está caminhando para um algoritmo muito rápido e com inteligência artificial que aplicará aos animais as melhores práticas de acordo com o momento econômico do setor, levando em consideração as demandas do setor bem como a realidade do custo dos insumos”, finaliza.
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