Ao longo da sua história, a agricultura passou por diversas transformações, com buscas constantes por maior produtividade e menor impacto ambiental. Nesse cenário, a Agricultura de Precisão (AP) emerge como uma abordagem transformadora.
Ao permitir um gerenciamento detalhado e localizado das lavouras, a AP otimiza o sistema produtivo, impulsiona o retorno econômico e torna a produção sustentável.
Embora a Agricultura de Precisão seja frequentemente associada a grandes propriedades agrícolas, você sabia que ela também pode ser uma aliada de médios e pequenos produtores?
Neste artigo, a Agrishow vai explorar como a AP pode ser implementada em propriedades de menor escala, trazendo benefícios tangíveis e contribuindo para um futuro agrícola mais próspero.
O que é Agricultura de Precisão?
Por definição, a agricultura de precisão é um modo de gestão de processos agrícolas que utilizam máquinas, sistemas e tecnologias que permitem alcançar maiores produtividades.
Segundo a CNA BRASIL, a Agricultura de Precisão é definida como:
“Conjunto de ferramentas e tecnologias que permitem ao produtor rural o gerenciamento localizado das lavouras, otimizando o sistema produtivo, a fim de obter o aumento do retorno econômico e a redução do impacto ao meio ambiente”.
A ideia da AP é gerenciar localmente a lavoura, permitindo conhecer e administrar áreas menores contidas dentro do talhão.
Em essência, a Agricultura de Precisão reconhece que uma lavoura não é uniforme. Ou seja, existem variações de solo, disponibilidade de nutrientes, incidência de pragas e doenças etc.
Ao invés de aplicar insumos e realizar práticas de manejo de forma homogênea em toda a área, a AP utiliza tecnologias para identificar e quantificar essa variabilidade, permitindo intervenções direcionadas para cada porção do talhão.

Fundamentos e tecnologias da agricultura de precisão
Para compreender como a Agricultura de Precisão funciona na prática, é fundamental conhecer seus fundamentos e as tecnologias que a sustentam. A Agrishow te auxilia:
Os conceitos básicos da AP são:
- Variabilidade espacial: reconhecimento de que as características do solo, a produtividade e outros fatores são variáveis numa mesma área;
- Zonas de manejo: divisão da lavoura em áreas menores com características semelhantes, permitindo a aplicação de práticas de manejo específicas para cada zona;
- Amostragem de solo georreferenciada: coleta de amostras de solo em pontos específicos, com coordenadas geográficas. Isso permite analisar a fertilidade e outras propriedades em diferentes locais;
- Sensoriamento remoto: utilização de imagens aéreas (de satélites ou drones) para obter informações sobre a saúde da vegetação, identificar áreas com problemas e monitorar o desenvolvimento da lavoura;
- Geoprocessamento: uso de softwares e sistemas de informação geográfica (SIG) para analisar, interpretar e visualizar os dados coletados, gerando mapas de variabilidade e auxiliando na tomada de decisões.
Já as tecnologias envolvidas são muito variáveis, envolvendo:
- Sensores: dispositivos instalados em máquinas agrícolas ou utilizados de forma portátil para coletar dados sobre solo, plantas e ambiente;
- Drones: equipados com câmeras multiespectrais e outros sensores, permitem o imageamento rápido e detalhado das lavouras;
- GPS (Sistema de Posicionamento Global): essencial para o georreferenciamento de dados e para o guiamento preciso de máquinas agrícolas;
- Softwares de gestão agrícola: plataformas digitais que integram os dados coletados, auxiliam na análise, geram relatórios e permitem o planejamento das atividades agrícolas.
- Máquinas agrícolas inteligentes: equipamentos equipados com sensores, GPS e sistemas de controle que permitem a aplicação de insumos em taxa variável, o plantio com espaçamento preciso e outras operações automatizadas.
Além disso, a Agricultura de Precisão é intrinsecamente ligada à coleta, análise e interpretação de dados.
São essas informações que permitem aos produtores entenderem a variabilidade de suas lavouras e tomarem decisões mais assertivas.
Com isso, garante uma série de benefícios para pequenos e médios produtores:
- Aumento da produtividade: ao otimizar o uso de insumos e as práticas de manejo, a AP contribui para o aumento da produção por hectare;
- Redução de custos: ao evitar o desperdício e reduzir os custos de produção:
- Melhora da qualidade: o manejo diferenciado das lavouras gera produtos de melhor qualidade e maior valor de mercado;
- Redução dos impactos ambientais: uso mais eficiente de insumos, promovendo uma agricultura mais sustentável.

Implementando a Agricultura de Precisão em pequenas e médias propriedades
Você sabia que é possível iniciar com medidas simples e adaptar as tecnologias conforme as necessidades e o orçamento de cada propriedade?
Para isso, alguns passos devem ser seguidos:
1 – Conhecimento da propriedade
A primeira ação é conhecer bem a sua propriedade. Use a tecnologia para observar as diferentes áreas, identificar variações na produtividade, problemas recorrentes e características do solo;
2 – Busca por informação e capacitação
Conhecimento a mais nunca é demais! Por isso, informe-se sobre os conceitos básicos da AP e as tecnologias disponíveis. Busque cursos, workshops e converse com outros produtores que já utilizam a abordagem.
3 – Definição de objetivos
Determine quais são os principais problemas que você deseja solucionar com a AP e quais resultados espera alcançar (aumento de produtividade, redução de custos, sustentabilidade etc.).
4 – Escolha das tecnologias
Uma dúvida comum é saber quais são as tecnologias mais adequadas para pequenos e médios produtores.
Para começar, é preciso desmistificar a informação de que a AP é cara! Não é necessário investir em todas as tecnologias de ponta. Algumas opções mais acessíveis e com bom custo-benefício incluem:
- Amostragem de solo georreferenciada básica;
- Aplicativos de anotações de campo sobre a lavoura;
- Imagens de satélite gratuitas;
- Sensores manuais simples;
- Mapeamento da propriedade para identificar as zonas de manejo.
Com as informações coletadas, é possível criar mapas de variabilidade e levar a AP para a sua propriedade.
5 – Coleta de dados
Colete o máximo de informações sobre a propriedade, como:
- Histórico da propriedade: registros de produtividade de anos anteriores, mapas de colheita, informações sobre o uso de insumos;
- Análise de solo: resultados de análises químicas e físicas do solo, com suas respectivas coordenadas geográficas.
- Observações de campo: anotações sobre o desenvolvimento das plantas, ocorrência de pragas e doenças, problemas de drenagem etc.
- Dados climáticos: informações sobre precipitação, temperatura e umidade do ar.
A coleta de dados pode ser feita de forma gradual e adaptada à realidade da propriedade. O importante é começar a registrar as informações de forma organizada e georreferenciada.
6 – Análise dos dados
A análise dos dados não precisa ser complexa. O objetivo é identificar padrões e correlações entre os diferentes fatores.
Por exemplo, comparar os resultados da análise de solo com a produtividade de diferentes áreas pode revelar deficiências nutricionais em zonas específicas.
As observações de campo sobre a ocorrência de pragas e doenças podem ser sobrepostas aos mapas de variabilidade para identificar áreas mais suscetíveis.
Aplicações da agricultura de precisão em pequenas e médias propriedades
Mesmo com investimentos iniciais modestos, a AP pode ser aplicada em diversas etapas da produção. Acompanhe:
- Plantio: utilizar informações sobre a variabilidade do solo para ajustar a densidade de plantio em diferentes áreas, otimizando o uso de sementes e o potencial produtivo;
- Adubação: com base nos mapas de fertilidade do solo, realizar a aplicação de fertilizantes em taxa variável, fornecendo a quantidade adequada de nutrientes para cada zona de manejo, reduzindo custos e o impacto ambiental;
- Irrigação: utilizar sensores de umidade do solo e informações climáticas para otimizar o uso da água, irrigando apenas as áreas que realmente necessitam e na quantidade certa;
- Controle de pragas e doenças: monitorar as lavouras por meio de aplicativos e imagens para identificar focos de pragas e doenças de forma precoce, permitindo intervenções localizadas e mais eficientes;
- Colheita: utilizar dados de produtividade georreferenciados para identificar áreas de maior e menor rendimento, auxiliando no planejamento da colheita e na avaliação do desempenho das diferentes zonas de manejo.
Desafios e oportunidades da agricultura de precisão para pequenas e médias propriedades
Apesar dos inúmeros benefícios, a adoção da AP por pequenos e médios produtores ainda enfrenta alguns desafios:
- Custos iniciais: embora existam opções mais acessíveis, o investimento em algumas tecnologias e a necessidade de capacitação podem representar um obstáculo inicial em pequenas propriedades;
- Conhecimento e assistência técnica: a falta de conhecimento técnico e de assistência especializada pode dificultar a adoção;
- Infraestrutura: a falta de conectividade à internet em algumas áreas rurais pode limitar o uso de algumas ferramentas digitais.
Por outro lado, as oportunidades são vastas. A Agricultura de Precisão oferece aos pequenos e médios produtores a chance de:
- Aumentar sua competitividade;
- Reduzir seus custos de produção;
- Melhorar a qualidade de seus produtos;
- Contribuir para uma agricultura mais sustentável.
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