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Presença de algas marinhas na dieta de animais reduz a produção de metano

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Pesquisas indicam que a suplementação do gado com algas marinhas pode reduzir em até 90% a emissão do gás metano, tornando a produção pecuária mais sustentável.

Na atualidade, não basta produzir alimentos de qualidade e no volume desejado, é preciso fazer isso de uma forma mais sustentável. E é para buscar soluções que pesquisadores de todo o mundo estão realizando pesquisas na área com o uso de soluções naturais.

Na atualidade, há uma série de pesquisas internacionais que vem apresentando excelentes resultados. Essas pesquisas estão utilizando suplementos de algas marinhas nas rações de vacas com o objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Os resultados iniciais são animadores.

Mas essa é apenas uma das muitas pesquisas que estão contribuindo com a redução da produção de metano. No Brasil e em todo o mundo há outros estudos em andamento com este foco.

No artigo de hoje você irá entender porque a redução da emissão de metano é uma meta comum entre pesquisas da área e veja quais são as possibilidades para tornar a atividade pecuária mais sustentável.

Emissão de gás metano: o grande “vilão” da produção animal

A digestão dos ruminantes é baseada no processo de fermentação entérica. Por essa razão, os rebanhos bovinos são reconhecidos como uma das fontes mais importantes de emissão de gás metano (CH4), colaborando com o efeito estufa e, consequentemente, com o aquecimento global. 

No Brasil, a base da alimentação bovina são as forragens tropicais, indicadas como grandes geradoras de CH4 no processo de fermentação entérica dos bovinos.

Como solução, muitas pesquisas foram desenvolvidas com o intuito de reduzir a emissão de gás metano em fazendas. Essas pesquisas resultaram em algumas estratégias bem eficientes:

  • Melhor gestão de pastagens mais jovens não degradadas;
  • Inclusão de certos óleos à ração;
  • Dietas especiais;
  • Implantação de sistemas silvipastoris que contribuem para redução da emissão de metano por ruminantes.

Além de contribuir com a sustentabilidade, a implantação dessas ações também ajuda na eficiência da produtividade nos vários setores da fazenda leiteira, aumentando sua produtividade.

algas marinhas

Gado suplementado com algas marinhas emite 90% menos metano! 

Esse é o primeiro resultado de uma pesquisa realizada pela startup Symbrosia que está transformando a alga vermelha em um suplemento para gado.

A pesquisa realizada mostrou que a substituição de apenas 0,4% da ração de uma vaca por A. taxiformis (alga vermelha) reduz a quantidade de metano que o animal emite em mais de 90%. 

Para cultivar as algas, a Symbrosia usa um sistema de aquicultura terrestre. Eles secam as algas marinhas para preservá-las naturalmente, e então a transformam em um produto para ração que recebe o nome de SVD.

Essa alga marinha atua no estômago do bovino para inibir a combinação de hidrogênio e dióxido de carbono para formar metano.

Assim, além de incentivar a redução de custos com rações bovinas, o uso das algas marinhas pode colaborar para uma produção mais sustentável de carne vermelha e leite, sem alterar as suas propriedades sensoriais, nem a qualidade destes produtos.

A pesquisa brasileira também age para reduzir as emissões de metano

Apesar de muito promissores, o uso das algas marinhas na suplementação do gado não será replicado tão cedo em outros lugares do mundo, caso do Brasil. 

A espécie de alga marinha usada pelos cientistas da Symbrosia, a Asparagopsis taxiformis, não existe em quantidade suficiente na natureza para ser utilizada na agropecuária a nível global. 

Além disso, os primeiros estudos foram realizados apenas em animais confinados. Isso não representa a grande maioria do rebanho brasileiro de ruminantes.

Mas, diante da importância da pecuária brasileira no cenário mundial, a emissão de metano também é motivo de muitas pesquisas realizadas no país.

Marcílio Nilton Lopes da Frota, em sua tese de doutorado intitulada “Emissão de metano entérico e parâmetros comportamentais de bovinos tropicais em sistema silvipastoril”, de 2017, constatou que a emissão de metano varia de acordo com a alimentação do animal. 

Quanto menos fibroso e mais digestível for o alimento consumido, menos metano será produzido. Nessa situação, o animal ganha mais peso, leva menos tempo para ser abatido e, consequentemente, diminui o impacto no meio ambiente”, citou Frota em seu estudo.

Além da alimentação, o mesmo estudo elaborado por Frota, pela equipe da Universidade Federal do Ceará e pela Embrapa Meio Norte, indicou que a emissão de gás metano no ambiente depende também do sistema de produção. 

As propriedades que utilizam o Sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), por exemplo, em vez de emitir gases, os sequestram", ressalta o analista.

Dessa forma, para a realidade do Brasil, o especialista acrescenta que, em um sistema sustentável, a exemplo da ILPF, com a pastagem feita anualmente e com o capim na fase ideal para consumo, a emissão de metano será menor do que a observada atualmente.

Além disso, nesse tipo de sistema a captação de gases pelo solo poderá anular as emissões dos bovinos”, declara.

Há também uma série de estudos que utilizam óleos essenciais e extratos de plantas. Eles são destinados a reduzir a população de metanógenos (bactérias produtoras de metano) no rúmen.

O grande objetivo destas pesquisas é fazer com que o animal seja o mais eficiente possível na conversão do alimento em carne ou leite. Uma vez atingido este objetivo, naturalmente o animal irá emitir menos gases ao ambiente, tornando o sistema de produção mais sustentável.

Você quer saber mais sobre os impactos da produção de metano para o meio ambiente? Então convidamos você a conferir esse material!

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