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Gripe aviária: cuidados que você deve adotar na sua granja

Article-Gripe aviária: cuidados que você deve adotar na sua granja

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Motivo de grande apreensão para a avicultura nacional, a gripe aviária precisa ficar longe de nossas granjas e exige a adoção de várias medidas de biosseguridade.

Causada pelo vírus da Influenza, a gripe aviária é uma doença que começou a gerar preocupação para a avicultura brasileira em meados de maio, com a confirmação de oito casos em aves silvestres, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.

Desde então, já foram confirmados 79 casos da gripe aviária no Brasil, incluindo dois de criação doméstica, mas nenhum em aves comerciais.

Mesmo não tendo alcançado nenhuma granja comercial, a gripe aviária ligou o sinal de alerta de secretarias de agricultura em todo o país, tanto que nove estados brasileiros declararam emergência por causa da gripe aviária. 

Mas, deixar a influenza longe de granjas comerciais é uma responsabilidade de todos os agentes desta grande cadeia produtiva, desde o MAPA até o gestor de cada granja do país.

O que é a gripe aviária?

A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é considerada uma doença de alto risco para aves quando causada por subtipos de vírus altamente patogênicos, como os tipos H5N1, H5N8, H7N9 ou H9N2. 

Essa condição raramente afeta os humanos e não é transmissível de pessoa para pessoa. A sua transmissão para humano acontece somente pelo contato com aves contaminadas.

Para melhor entendimento, vale conferir este material elaborado pela Embrapa. Desenvolvido pelos pesquisadores da unidade, este material explica o que é a gripe aviária, caracterizando-a como uma doença grave e altamente transmissível entre aves.

Possui também notificação obrigatória aos órgãos oficiais nacionais e internacionais de controle de saúde animal.

Quando identificada, essa doença exige a adoção de barreiras sanitárias para a comercialização de produtos avícolas no mercado interno e externo, resultando em enorme prejuízo econômico para a avicultura comercial.

Assim, caso sejam encontradas aves mortas ou apresentando dificuldades nervosas, motoras, e respiratórias, é fundamental manter distância segura e imediatamente chamar o Serviço Veterinário Oficial local.

Fatores de risco para a disseminação da gripe aviária

A melhor forma de preservar a saúde dos aviários é a prevenção contra o vírus, impedindo sua entrada nas granjas. Neste caso, Luizinho Caron, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, indica a relevância das medidas de biosseguridade.

Segundo o pesquisador, o principal fator de risco para o aparecimento da gripe aviária no Brasil é a baixa biosseguridade.

O perigo aumenta quando há a exposição de aves domésticas com aves migratórias/silvestres ou quando há o contato indireto, via água ou calçados de pessoas que frequentam a granja”, destaca.

O pesquisador da Embrapa também destaca que o principal sintoma dessa doença é a morte subida muito acima da mortalidade normal de aves no lote. 

Aves acometidas pela influenza, especificamente os vírus do tipo H5 ou H7, podem apresentar uma mortalidade superior a 60% ou de até de 80 a 100%, dependendo da patogenicidade do vírus”.

A mortalidade é tão grande que em caso de mortes muito rápidas, as aves podem não apresentar sintoma da doença.

Cuidados e boas práticas para deixar o vírus longe de aves comerciais

Para manter o vírus da influenza longe de granjas e aves comerciais, há uma série de cuidados e boas práticas que devem ser adotados.

Segundo Luizinho Caron, estes cuidados se relacionam às práticas que aumentem a biosseguridade do sistema produtivo. 

É fundamental adotar medidas que evitem o contato direto (de ave silvestre com a ave comercial) e indireto (levando a excreta de uma ave doente para dentro da granja por meio de calçados, mãos e água contaminada)”.

Assim, para aumentar a biosseguridade da granja é imprescindível reforçar as seguintes medidas e boas práticas, que inclusive são recomendadas pelo Ministério da Agricultura (MAPA):

1 - Fortalecimento das estruturas de proteção: é preciso manter os aviários, incubatórios, fontes de água e fábricas de ração longe do contato com aves silvestres, roedores e outros animais;

2 - Aumente a restrição de acesso de pessoas e veículos não liberados: evite visitas à granja e, se possível, instale placas de “entrada proibida”;

3 - Adoção de um vestiário com espaço de higienização, inclusive com a oferta de um local adequado para banho e troca de roupa de todos que trabalham na granja;

4 - Realizar a prática de medidas de desinfecção: é fundamental higienizar rigorosamente equipamentos e roupas utilizados nos aviários, garantindo a redução do risco de contaminação;

5 - Manutenção da limpeza do entorno da área, impedindo o acúmulo de lixo ou entulhos ao redor das granjas;

6 - Restrição de acesso a corpos d’água, evitando que as aves de criação acessem lagos, açudes, poças ou tanques de água, que podem ser locais de contaminação;

7 - Não fornecer água de superfície para suas aves de criação;

8 - Garantir a qualidade da água, mantendo a sanitização adequada da água de dessedentação das aves e de aspersão, com a presença mínima de 3 ppm de cloro;

9 - Tratar a compostagem adequadamente: certifique-se de que o material seja tratado corretamente antes de ser utilizado como adubo, evitando a disseminação de possíveis patógenos;

10 - Não atrair aves silvestres para o entorno dos aviários: o entorno não deve conter plantações de árvores frutíferas, cereais ou qualquer vegetação atraente para aves silvestres;

11 - Manutenção dos registros sempre atualizados: controle o trânsito de pessoas e veículos, permitindo um rastreamento eficiente em caso de necessidade.

Portanto, aplicar essas medidas de biosseguridade é a principal medida de mitigação de risco para introdução do vírus da influenza aviária no plantel avícola nacional.

Com isso, o risco de evolução do vírus para formas altamente patogênicas e recombinação com componentes de outros vírus de influenza é reduzido, protegendo o plantel nacional da gripe aviária.

Você trabalha com a avicultura? Então confira os conteúdos mais lidos sobre o tema na Agrishow Digital. Boa leitura

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