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Conheça o Pacto Global da ONU para prática sustentáveis na agricultura e setor de alimentos no Brasil

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Conheça o Pacto Global da ONU para prática sustentáveis na agricultura e setor de alimentos no Brasil

Em maio deste ano, a Rede Brasil do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidos) se reuniu para debater metas de adoção de práticas sustentáveis para reduzir impactos da agropecuária, pesca e silvicultura ao meio ambiente, redução do desperdício nas cadeias produtivas de alimentos, além de mapear práticas que exemplifiquem essas demandas. O conteúdo da conversa foi organizado em seis itens: os PEAAs (Princípios empresariais para alimentos e agricultura), seis recomendações alinhadas com o ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU.

  1. Promover segurança alimentar, saúde e nutrição. As empresas devem desenvolver sistemas agrícolas e de alimentos que otimizem a produção e reduzam o desperdício, a fim de fornecer nutrição e promover a saúde para todas as pessoas no planeta.
  2. Ser ambientalmente responsável. As empresas devem apoiar a intensificação sustentável dos sistemas de alimentação para atender às necessidades globais de gestão de agricultura, pecuária, pesca e silvicultura de forma responsável. Elas devem proteger e melhorar o meio ambiente e usar os recursos naturais de forma eficiente e otimizada.
  3. Garantir viabilidade econômica e compartilhar valores. As empresas devem criar, entregar e compartilhar valores ao longo de toda a cadeia de alimentos e agricultura - dos agricultores aos consumidores.
  4. Respeitar os direitos humanos, criar trabalho digno e ajudar as comunidades rurais a prosperarem. As empresas devem respeitar os direitos dos agricultores, trabalhadores e consumidores. Elas devem contribuir para melhorar a vida dessas pessoas, promover e fornecer oportunidades iguais a fim de que as comunidades se tornem atrativas para se morar, trabalhar e investir.
  5. Incentivar a boa governança e a responsabilidade. As empresas devem respeitar as leis e atuar de forma responsável, respeitando os direitos da terra e dos recursos naturais, evitando a corrupção, sendo transparentes sobre suas atividades e reconhecendo seus impactos.
  6. Promover o acesso e a transferência de conhecimento, habilidades e tecnologia. As empresas devem promover o acesso à informação, conhecimento e habilidades para sistemas agrícolas e de alimentos mais sustentáveis. Elas devem investir no desenvolvimento de capacidades dos pequenos agricultores e de pequenas e médias empresas (PMEs), bem como, em práticas mais eficazes e novas tecnologias.

O debate que aborda acordos globais, transferência de conhecimento, boas práticas empresariais, normas ambientais, condições de trabalho - a fim de evitar exploração de mão de obra infantil e situações análogas ao trabalho escravo - e economia de recursos, tem como principal desafio, segundo a secretária executiva da Rede Brasil do Pacto Global, Beatriz Martins Carneiro, sensibilizar o agricultor sobre os acontecimentos ao longo da cadeia: do plantio e da colheita, até a entrega dos produtos, além do trato com fornecedores.

Essa sensibilização e o engajamento dos participantes são questões delicadas, também na opinião do representante da FAO (“Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura”, em inglês) no Brasil, o engenheiro agrônomo Alan Bojanic. “Afinal participam deste ‘plano ambicioso’ a ONU, governos, setor privado e sociedade civil. Por isso, as decisões demoram, pois fala-se de liberação de crédito, questões financeiras e ações operativas”, avalia.

Uma cartilha explicando como produtores podem aplicar os PEAAs na prática será lançada até agosto e poderá ser encontrada gratuitamente no site da Rede Brasil do Pacto Global.

Uma possível reposta para essa situação delicada é explicar ao produtor que ele não precisa “atacar todas as frentes de ‘cara’. O produtor precisa saber o que funciona para ele”, explica a diretora de sustentabilidade e executiva da Amaggi (Fundação André Maggi), Juliana de Lavor Lopes. Para isso, estão sendo reunidos exemplos reais de casos que deram certo para inspirar os produtores.

Juliana afirma que produtores do País mostram sinais de estarem no caminho certo para o cumprimento dos PEAAs. “Temos visto que muitos já desenvolvem ações sustentáveis. Só não sabem nomear isso”. E exemplifica que quem dá destino certo a resíduos dentro da propriedade, está tendo um comportamento sustentável e, automaticamente ajudando no cumprimento das metas.

Outro tema delicado é o impacto da mudança climática na agricultura. Tema recorrente em encontros como esses, mas que segundo Bojanic, está obrigando o desenvolvimento de técnicas de agricultura adaptativa. Segundo ele, eventos como o El Niño , secas e enchentes sempre aconteceram na história da humanidade, afetando civilizações pré-colombianas, por exemplo, porém, hoje, são mais frequentes, com duração mais prolongada e consequências mais violentas, logo há mais expectativas sobre suas sequelas. “Não é conversa filosófica. O atual alto preço do feijão é consequência da mudança climática”, alerta.

Soluções para esses problemas já existem, no entanto. Com perda de parte da safra o preço o feijão subiu, mas isso, segundo o especialista, podia ter sido evitado com sistema de sementes resistentes. “A Embrapa tem desenvolvido muitas soluções”, explica Bojanic. Outras possibilidades são melhores práticas de irrigação e gotejamento, além do cultivo protegido.

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