Se a ida mais cedo ao campo não foi positiva para a produtividade da soja, os efeitos dessa antecipação não podem ser interpretados dessa mesma maneira para o milho de segunda safra. A diminuição dos riscos climáticos implica em boas perspectivas para a produção da safra do milho, uma vez que o cultivo do cereal ocorrerá dentro da sua janela ideal.
Isso aumenta as chances de que as plantas tenham níveis de umidade e luminosidade adequados nas fases chaves de enraizamento, emergência e, mais tarde, de pendoamento, nas principais regiões produtoras do Brasil. Em decorrência disso, a IEG|FNP, hoje, estima uma produção de segunda safra de 68,5 milhões de toneladas, 26,9% acima do colhido no ano passado.
Até o momento, segundo o levantamento da IEG|FNP, pouco mais de 50% da área estimada para o cultivo do cereal de inverno, de 12,4 milhões de hectares, já recebeu as sementes. O ritmo de plantio, portanto, está cerca de 10 pontos percentuais à frente do ritmo do mesmo período do ano passado, marcado pela quebra de safra no Paraná e Mato Grosso do Sul. Na comparação com o ritmo médio dos últimos 10 anos, o atual está apenas 0,4 ponto atrás.
No momento, os preços não refletem necessariamente essa perspectiva, pois estão impregnados pela realização dos estoques de passagem aquém do esperado ao final do ano passado e pelas más condições edafoclimáticas pelas quais as plantas de primeira safra passaram. Em breve, porém, quando consolidada a área de cultivo de segunda safra, o ambiente de mercado poderá rapidamente se tornar baixista.
A IEG FNP atualiza mensalmente as estimativas de produção brasileira e área para as culturas de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar, por estado. As estimativas são disponibilizadas no Agrianual online e na COMAG (Consultoria de Mercados Agrícolas).
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