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Produção de cacau: o que você precisa saber para começar a plantar

Article-Produção de cacau: o que você precisa saber para começar a plantar

Produção de cacau
O Brasil é o sétimo maior produtor de cacau do mundo e, mesmo diante das dificuldades, há uma grande tendência de crescimento da produção no país. Confira as principais informações sobre a cacauicultura nacional!

O chocolate é um dos produtos mais adorados pelo consumidor brasileiro, atingindo 82,6% das casas brasileiras, segundo pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab). Para atender a esse crescente mercado, a produção de cacau no Brasil começa a se especializar. 

Com produção anual estimada em 250 mil toneladas, o Brasil ocupa a 7ª posição na produção mundial de cacau. Mas já há expectativa de expandir esses números. 

Diante disso, os especialistas da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), que realiza pesquisas sobre a produção de cacau no Brasil, mostram diversos pontos que precisam ser considerados pelos cacauicultores, do plantio da lavoura ao controle de pragas

Veja quais são as recomendações da Ceplac para produzir cacau no Brasil e obter bons resultados: 

Principais características do cacau 

Sabe aquela sensação de prazer que temos ao consumir um chocolate? O cacau, principal ingrediente do chocolate, é o grande motivador dessa sensação. 

O cacau é fonte de um aminoácido chamado triptofano. Ele é responsável pela produção de serotonina, neurotransmissor que promove o bem-estar. Além do mais, o cacau possui dopamina e feniletilamina e aumenta a endorfina, substâncias que atuam no cérebro e melhoram o humor. 

Mas as características desse fruto vão muito além. 

O cacau é o fruto do cacaueiro (Theobroma cacao) e apresenta três variedades: criolo, forasteiro e trinitário. “No Brasil, os tipos forasteiro e trinitário são mais recorrentes”, indica a Ceplac. 

O fruto de cacau apresenta forma amelonada e alongada, e alguns possuem sulcos. Já sua cor é variada, existindo diferenças entre as variedades e, também, durante o amadurecimento, podendo variar do verde ao roxo e do amarelo ao laranja. 

Os pesquisadores do Ceplac explicam que o cacaueiro, quando plantado por sementes, começa a produzir comercialmente a partir do quarto ano de campo. 

Já quando multiplicado, através de enxertia de clones, são mais precoces, começando a produção comercial no terceiro ano. 

Eles explicam também que o cacau produz frutos o ano inteiro, entretanto, os períodos de maior produção são concentrados em uma ou duas safras dependendo da região, como indicado pela Ceplac. 

“No Pará, existe uma única safra que vai de maio a setembro, enquanto na Bahia temos duas safras, a safra temporã, que ocorre de maio a setembro, e a safra principal que vai de outubro ao final de abril”. 

Sistemas de produção de cacau: variedade, solo e época de plantio

Como ressaltado anteriormente, há três variedades de cacau. Porém, o Ceplac indica que não existe “a melhor variedade”, já que alguns fatores devem ser considerados de acordo com a região de cultivo

No Pará, por exemplo, a Ceplac recomenda o plantio de sementes híbridas. Já na Bahia e Espírito Santo, depois da entrada da doença vassoura-de bruxa, a Ceplac passou a recomendar o plantio de clones de cacaueiro resistentes à doença. 

Atualmente, são recomendados pela instituição 18 clones, todos autocompatíveis. “Isso significa dizer que o pólen de uma flor pode fecundar os óvulos da mesma flor ou de outras flores na mesma planta, o que favorece a polinização e, por consequência, aumenta a produção de frutos”, explicam pesquisadores do Ceplac. 

Segundo o Ceplac, os clones mais utilizados na Bahia são o CCN-51, PS-1319, PH-16, SJ-02 e BN-34. 

Além do mais, solos com impedimentos físicos dificultam o desenvolvimento normal do sistema radicular do cacaueiro, causando principalmente a atrofia da raiz principal.  

O solo deve também ser bem drenado, com sua textura devendo permitir boa capacidade de retenção de água. 

Já a fertilidade natural é fundamental, em vista do alto custo dos fertilizantes. O cacaueiro cresce, no entanto, em solos com diferentes níveis de fertilidade, de médio a alto, com pH no nível de 6,0 a 6,5. 

Por fim, a época ideal e recomendação para plantar e iniciar a produção de cacau engloba o início da estação das águas, o que também vai variar dependendo da região. 

Práticas de manejo que permitirão uma boa produção de cacau

Assim como qualquer outra lavoura, as práticas de manejo são essenciais para alcançar uma boa produção de cacau. Segundo o Ceplac, as práticas recomendadas são: 

Controle das plantas invasoras 

Essa prática envolve implantação e manejo de sombreamento provisório e utilização de cobertura morta e roçagem. “Essas medidas, além de evitar invasoras, também ajudam a conservar a umidade do solo, aumentam o teor de matéria orgânica e fornecem nutrientes ao cacaueiro”, diz a Ceplac. 

Poda e desbrota 

O pé de cacau deve ser mantido a uma altura de 3 metros. Isso irá facilitar a colheita e também a identificação de doenças, como a vassoura-de-bruxa. 

Controle de pragas 

Para controlar pragas, a Ceplac recomenda o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Esse manejo consiste num conjunto de práticas culturais, tratos fitossanitários, controle biológico e controle químico para reduzir a incidência de doenças, visando aumentar a produtividade. 

“O sucesso do manejo integrado depende da realização das práticas de maneira correta e na época certa, ou seja, obedecendo ao calendário agrícola de cada região”, aconselham os pesquisadores. 

Aspectos negativos da produção de cacau no Brasil que exigem atenção

Apesar de crescente, o setor destinado à produção de cacau no Brasil enfrenta algumas dificuldades importantes, dentre as quais os pesquisadores do Ceplac ajudam a listar: 

  • Baixa produtividade da lavoura, devido aos plantios velhos, excesso de sombra e pouco adensamento; 
  • Impedimentos legais para o manejo da sombra no caso do sistema cacau cabruca na Bahia; 
  • Dificuldade na expansão de áreas pela falta de mudas comerciais de cacaueiro; 
  • Mão-de-obra deficitária e desqualificada; 
  • Dificuldade de acesso ao crédito; 
  • Incidência e agressividade de doenças como a vassoura-de-bruxa e a podridão-parda; 
  • Alta produção africana com baixo custo de mão de obra. 

Mas, mesmo diante dessas dificuldades, há algumas medidas que podem ser tomadas para solucionar o problema, dentre as quais os pesquisadores da Ceplac ressaltam: 

  • Criação de uma legislação que permita o manejo do sombreamento, em especial no sistema cabruca; 
  • Revitalização e renovação das lavouras; 
  • Estímulo a viveiristas para produção de mudas comerciais e facilitação do acesso ao crédito; 
  • Expansão para novos biomas como cerrado e caatinga, com plantio a pleno sol, fertirrigação, mecanização da quebra, fermentação e secagem; 
  • Capacitação para produção de cacau de alta qualidade que permite comercialização com sobrepreço de até 100% em relação ao cacau normal. 

Por fim, é essencial priorizar também um contínuo desenvolvimento de novas tecnologias que resultem em uma melhor produção de cacau. Os amantes do bom chocolate agradecem! 

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