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A presença da mulher no Agro

Article-A presença da mulher no Agro

Mulher na agricultura
"A presença da mulher no Agro tomando decisões, tanto dentro quanto fora da porteira, tem sido cada vez mais forte, mas observo que ainda existe um viés de autoafirmação desnecessário que não condiz mais com a força dessa mulher do século 21". Leia mais na coluna de Lilian Dias

A presença da mulher no Agro tomando decisões, tanto dentro quanto fora da porteira, tem sido cada vez mais forte, mas observo que ainda existe um viés de autoafirmação desnecessário que não condiz mais com a força dessa mulher do século 21.

Não quero dizer que não exista um preconceito aqui ou acolá, e que não deva ser combatido, mas quero reforçar que essa é uma carapuça que não deve ser mais vestida pelo universo feminino. O preconceito, em qualquer âmbito, é do outro e não nosso. Ninguém deve tomar para si o que não lhe pertence. 

Se o marido morreu, a mulher assumiu a fazenda e o peão não quer receber ordens dela, é simples: demita! Como a resistência é do outro, ele que arque com as consequências.  

Agora, se a mulher está numa empresa que não promove pessoas do sexo feminino para cargos de alto escalão, tome uma atitude e peça demissão. Torne-se presidente da própria empresa. Caso não queira empreender, então busque outra organização que valorize o seu potencial humano e não o seu gênero. As mulheres ainda confundem o ato de se impor com o de apenas se posicionar.

Pesquisas apontam que homens recebem salários 30% maiores em relação às mulheres, mas isso não ocorreu comigo, particularmente. Cheguei a custar o dobro do salário de um colaborador do sexo masculino que era considerado uma das estrelas de uma grande empresa. O que fez de mim exceção? O posicionamento.  

Certo dia, atuei como mestre de cerimônia de uma audiência pública federal e havia na plateia algumas mulheres ligadas a sindicatos trabalhistas e movimentos sociais reivindicando os seus direitos. Até aí, tudo bem. O que me deixou estarrecida e bem aborrecida foi a reclamação de que elas não estavam sendo mencionadas nas apresentações pelo gênero feminino — detalhe: havia mulheres, crianças, idosos e homens na plateia.  

O discurso era o seguinte: “Façam o favor de dizer todos e TODAS, porque eu sou mulher e quero ser reconhecida”. Pois bem: todos é um pronome indefinido que se refere a pessoas ou coisas indeterminadas, sem especificidade. Sendo assim, é necessária tamanha autoafirmação para se sentir reconhecida?

Além de se apequenarem com exigências tão enfadonhas, que nada agregam, essas mulheres se mostraram um tanto quanto contraditórias. Explico: querem o direito de igualdade em relação aos homens, mas quando são inclusas no pronome indefinido “todos”, que vale igualmente para homens e mulheres, querem ser tratadas como TODAS, deixando de lado a igualdade dos gêneros.

Confesso que a miscelânea proposta por “ELAS” me deixou confusa. Depois quando dizem que as mulheres não sabem o querem, nos sentimos ofendidas, não é mesmo? Pois é, seria possível decidir se querem igualdade de tratamento ou tratamento diferenciado?

Enquanto não decidem, é possível ao menos compreenderem que na Língua Portuguesa o pronome indefinido todos é usado para uma plateia heterogênea? É possível compreender que existem substantivos de dois gêneros e isso não fará ninguém mais ou menos mulher se for chamada de “a chefe”, “a presidente”, “a gerente”, “a superintendente”, “a sargento” e por aí vai?  

Exerço cargos de liderança há mais de 20 anos e nunca fiz questão de ser chamada de “chefa” ou “gerenta”. Não é uma nomenclatura que nos fará mais ou menos respeitada. Não é uma nomenclatura que nos fará mais ou menos competente. E a mulher do Agro não tem tempo para esse tipo de discussão porque ela trabalha muito. Trabalha duro. Muitas herdaram um pedaço de terra, sim, mas trabalham de sol a sol para manter o legado da família.

Enfim, todos nós, independentemente de sermos homens ou mulheres, ocupamos exatamente o lugar onde nos colocamos seja dentro ou fora da porteira. Se nos posicionarmos como vítimas, seremos vítimas. Se nos posicionarmos como um ser humano de grande valor, seremos naturalmente reconhecidos por esse valor sem que haja necessidade de fazermos comparações entre homens e mulheres.

Lilian Dias é comunicadora Agro, possui MBA Executivo pela ESPM, com foco em habilidades de gestão de pessoas, práticas de liderança e marketing. É autora do e-book "Os Pilares do Agronegócio". Site: www.liliandias.com.br - Instagram: @jornalistalilian - E-mail: [email protected]

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