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Cultivo de plantas de cobertura para os sistemas de produção no Cerrado

Article-Cultivo de plantas de cobertura para os sistemas de produção no Cerrado

Cultivo de plantas de cobertura para os sistemas de produção no Cerrado

Alexandre Cunha de Barcellos Ferreira

Pesquisador Embrapa Algodão

Foto: Alexandre Cunha Ferreira

Muitos sistemas de produção agrícola no Cerrado envolvem esquemas de rotação ou sucessão da soja e do milho, e em menor proporção algodão. Os restos culturais dessas três culturas disponibilizam baixa quantidade de palha ao solo e não o protegem adequadamente, tornando-o mais exposto e suscetível à erosão, mesmo quando não há o revolvimento do solo com arados e grades.

A palha residual da soja apresenta baixa relação carbono/nitrogênio (C/N), por isso é rapidamente decomposta. O milho, apesar de disponibilizar ao sistema maior quantidade de matéria seca com maior relação C/N, não propicia adequada proteção do solo devido à alta proporção de colmos, os quais conferem insuficiente cobertura e proteção da superfície do solo.

Os cultivos de plantas de cobertura em segunda safra (safrinha), após a soja ou em consórcio com o milho, são alternativas de diversificação e intensificação de uso do solo, seguindo-se os princípios do sistema plantio direto. Esses sistemas de produção melhoram a qualidade química, física e biológica do solo, características estas que estão intimamente relacionadas ao aporte anual de matéria seca e ao incremento dos teores de matéria orgânica do solo.

Normalmente o milheto é a planta de cobertura mais usada no Cerrado. Porém, existem outras espécies, como a Brachiaria ruziziensis e B. brizantha (Marandu, Xaraés, Piatã, BRS Paiaguás), o Panicum maximum (Mombaça, Tanzânia, Aruana, BRS Tamani, BRS Zuri), os sorgos granífero e forrageiro, as crotalárias (spectabilis, ochroleuca, juncea e breviflora), e o guandu, que podem ser cultivadas na entressafra, com semeadura entre o final de janeiro até no máximo no início de março. Entretanto, quanto mais próxima do final do período chuvoso for a semeadura, menor será a disponibilidade hídrica, comprometendo o desenvolvimento da planta de cobertura e os seus benefícios ao sistema produtivo.

Dependendo da planta de cobertura e da condição do ambiente, é possível produzir massa de matéria verde no período seco da entressafra, de maio a setembro, disponibilizando alimentos aos animais no período de baixa oferta de forragens, protegendo o solo e formando palha para a semeadura direta da cultura posterior, como o algodão, o feijão, o milho, a soja etc. Além de economicamente rentáveis, algumas plantas de cobertura podem melhorar os sistemas de produção da propriedade, ao minimizarem pragas, plantas daninhas, doenças e nematoides para as culturas sucessoras, ao ciclarem os nutrientes absorvidos das camadas mais profundas, ao aumentarem a capacidade de retenção de água, nutrientes e o potencial produtivo do solo, além dos benefícios da sua conservação. Mesmo que o cultivo das plantas de cobertura não gere lucro direto, essa prática agrícola deve ser considerada como investimento para as futuras culturas em sucessão e rotação.

Sugestão de literatura

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/157493/1/Sistemas-de-cultivo-de-plantas-de-cobertura.pdf

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