No marketing, aprendemos que o sucesso de uma marca se sustenta em um mix estratégico. Primeiro vieram os 4 Ps: produto, preço, praça e promoção. Depois, esse conceito evoluiu para 7 Ps, incluindo também pessoas, processos e palpabilidade. E quando olhamos para o agro, não tem espaço que traduza melhor esses pilares do que a Agrishow.

Produto: é a vitrine do que o campo tem de melhor. Máquinas, insumos, tecnologias e serviços que sustentam a produção brasileira.

Preço: é onde as negociações acontecem, onde produtores e empresas discutem condições e fecham negócios que movimentam bilhões.

Praça: a Agrishow é a maior praça do agro brasileiro. Já entrevistei produtores que viajaram dois dias de ônibus para estar lá e disseram: “Aqui eu sinto que faço parte de algo muito maior.” O lugar onde o mercado se encontra, onde o Brasil conversa com o mundo.

Promoção: cada estande, cada demonstração, cada conteúdo é comunicação estratégica. É o agro mostrando sua força e construindo sua narrativa.

Pessoas: o networking é o coração da Agrishow. Produtores, empreendedores, pesquisadores, políticos e sociedade se encontram. É gente que faz o agro pulsar.

Processos: inovação em máquinas, irrigação, biotecnologia, conectividade, logística. A feira traduz eficiência em cada detalhe.

Palpabilidade: nada é mais visível do que uma máquina de última geração em exposição, ou uma startup mostrando na prática como sua tecnologia transforma a lavoura. A Agrishow é a materialização do agro moderno.

A Agrishow não é só feira, é um laboratório vivo onde os 7 Ps se encontram. Mas eu arrisco dizer que existe um oitavo P que sustenta tudo: Posicionamento. Porque quem participa da Agrishow não está apenas comprando ou vendendo, está se mostrando para o Brasil e para o mundo.

E aqui entra o ponto que sempre reforço na oratória: não adianta estar na maior praça do agro se você não sabe se comunicar. Não basta ter o melhor produto, o preço mais competitivo ou a tecnologia mais inovadora se a sua mensagem não chega com clareza e intenção. Na Agrishow, cada conversa no corredor, cada pitch no estande, cada entrevista para a imprensa é um ato de posicionamento. Quem fala com segurança, com propósito e com a capacidade de servir o outro, sai da feira com mais do que negócios fechados, sai com uma marca fortalecida. Comunicação é o P invisível que costura todos os outros. É ela que transforma presença em autoridade, produto em solução e feira em palco.

E já que falamos de Ps, deixo aqui um a mais: o P do meu sobrenome, P de Pelicioni. Não está nos livros de marketing, mas carrega a prática de quem vive o agro e a comunicação. É o P que lembra que produto sem voz não emociona, que preço sem clareza não convence, que praça sem posicionamento é só aglomeração. É o P que recorda que promoção é narrativa, que pessoas precisam ser ouvidas, que processos também comunicam e que a palpabilidade só tem valor quando alguém traduz em mensagem clara o que se vê.

Um trocadilho simples, mas que resume minha convicção: no agro, mais do que vender, é preciso saber comunicar. É assim que se constrói confiança, dentro e fora da porteira.