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Aproveitamento do excedente produzido: o exemplo do tomate seco

Article-Aproveitamento do excedente produzido: o exemplo do tomate seco

tomate seco

Hoje em dia, é consenso geral a preocupação com a sustentabilidade dos sistemas produtivos, principalmente na área agrícola. Precisa-se produzir mais, melhor e com mais economia. O pensamento de Lavoisier nunca esteve tão atual: “Na natureza nada se perde, tudo se transforma.”

Nesse contexto, resíduos agrícolas ou excedentes da produção geralmente são descartados, resultando em grandes perdas agrícolas, econômicas e sociais. Porém, nos últimos anos, este problema começou a ser pensado como uma oportunidade e, produtos que antes eram jogados fora, hoje já podem ser destinados a outros fins, podendo ser reaproveitados ou aperfeiçoados. E o mais importante: podem gerar lucro.

Assim, produções “secundárias” ou o reaproveitamento de excedentes fazem parte do futuro agrícola mundial, mas para isso requerem alternativas criativas e viáveis para que se tornem um novo produto considerando sempre o ponto de vista econômico, social e ambiental.

Como começar uma produção “secundária”?

Historicamente, ótimas ideias se iniciam quando há uma oportunidade dentro de um problema. Desse modo, a primeira ação é identificar qual é o problema em questão. Com ele já reconhecido, é hora de o produtor pensar na melhor forma para resolvê-lo, ou pelo menos ameniza-lo.

No âmbito agrícola, o maior problema é o desperdício de alimento excedente, nesse caso, a oportunidade seria a diminuição do desperdício. Dentro dessa oportunidade, a ideia central é aumentar o tempo de conservação do produto ou dar outra configuração a ele, comercializando-o como um produto novo.

Problema identificado e oportunidade colocada à mesa. É hora de agir!

 

O que produzir? Como produzir?

 

Essas são as questões que todo empreendedor que inicia um novo projeto deve fazer a si mesmo. Mas, como respondê-las?

A sugestão mais eficaz é que seja feito um plano de negócio. Ao início de qualquer atividade comercial, elabora-se um plano de negócios, em que são descritos os objetivos e quais os passos a serem dados, diminuindo os riscos e as incertezas, sempre em busca das metas.

Para uma nova atividade, a ideia deve ser a mesma, sendo essencial que seja criado um novo plano de negócio, complementar à produção primária, ajudando o produtor no diagnóstico da atividade e guiando nas etapas que devem ser seguidas à risca.

Para o professor titular da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, (FZEA/USP), Celso Carrer, “embora se preconize ferramentas mais atuais e mais leves para dar a orientação aos empreendedores quanto a viabilidade de seus empreendimentos, o velho e bom plano de negócios, desde que bem estruturado, ainda é insubstituível para ajudar nesse diagnóstico com mais precisão.”

O professor ainda cita que o plano de negócios é um benefício complementar para os empreendedores, mas não menos importante, sendo alcançado pelo exercício de simular os resultados futuros de sua empresa enquanto amadurece na certeza que vale a pena investir e dedicar seu tempo para a atividade.

Todo produtor rural deve estar ciente que toda produção agrícola é sujeita a riscos (de preço e climáticos, principalmente), sendo assim, o plano de negócio é a medida mais eficaz para organizar essa nova produção.

Será por meio do plano de negócios, inclusive, que o produtor terá a oportunidade de elucidar qual deve ser o grau de investimento para o início da produção, além do tipo de capacitação que os profissionais devem receber para iniciar a produção.

 

Tomate seco: exemplo de produção secundária e lucrativa

 

O tomate é um alimento fresco com alta perecividade, consequentemente o desperdício é bastante alto. Dessa forma, uma boa alternativa (excelente oportunidade) para aproveitar o excedente da produção, evitando o desperdício e gerando renda é a produção do tomate seco. Esse produto consiste na desidratação do tomate, tornando sua vida na prateleira muito maior.

A mão de obra para esse tipo de atividade não requer qualificação tão específica. A estrutura física, por sua vez, não requer muitos equipamentos. Para montar uma fábrica de tomate seco, é preciso ter um desidratador, além de tanque, utensílios diversos, aparelho de ressecamento e mesa de corte. Geralmente, não são equipamentos caros e são de fácil manuseio.

Por fim, a legislação para a criação da fábrica segue os preceitos legais regidos em lei. Mas não irá divergir de nenhuma outra atividade. Cabe ao produtor se adequar à legislação vigente, garantindo a atividade.

 

Vantagens do aproveitamento 

 

A principal vantagem da secagem do tomate é o aproveitamento do excesso produtivo, gerando renda e diminuindo o desperdício. Do ponto de vista produtivo, vemos que produtos desidratados não necessitam de refrigeração durante o transporte ou o armazenamento.

Há também uma boa vantagem econômica, visto que um simples tomate seria vendido somente como tomate (sem valor agregado). Ao promover a desidratação, o produto final será gourmet, tendo grande valor final agregado, possibilitando também a venda para clientes mais específicos como as pizzarias, padarias ou mercados especializados.

Além de promover um maior aproveitamento da matéria-prima e agregar valor, a produção de tomate seco leva ao consumidor a experiência de uma mercadoria com sabor diferente, que pode ser conservada por mais tempo.

Agora que você já sabe que produtos antes jogados fora podem ser reaproveitados, que tal observar essa oportunidade na sua atividade e buscar uma forma de aproveitar o excedente da sua produção? Você será mais sustentável, terá mais economia e principalmente, aumentará seus lucros.

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