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Fortes chuvas do Rio Grande do Sul têm impacto na produção agropecuária

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A preocupação com a população também se estende à perda de animais e lavouras inteiras. Saiba como ajudar!

Nas últimas semanas, as chuvas no Rio Grande do Sul causaram muitos estragos em diversas cidades, o que colocou muitas cidades em Estado de Calamidade Pública, afetando 1,4 milhões de gaúchos.

Além da população, outros setores também foram afetados como, por exemplo, a logística, a indústria e a produção agropecuária. Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) no último dia 07, as chuvas causaram perdas de quase R$570 milhões para o setor produtivo, e, destes, R$435 milhões correspondem ao setor agrícola e R$134,7 milhões para a pecuária.

Visto que o setor agropecuário é uma das bases que consolidam a economia do estado, os números do CNM são preocupantes. De acordo com a Secretaria de Agricultura, em 2022, o PIB do Estado foi de R$ 594 bilhões em 2022, sendo R$ 98,6 bilhões provenientes da agropecuária.

Quais são os impactos na agricultura?

O Rio Grande do Sul é um dos grandes produtores de commodities no país, no entanto, às fortes chuvas têm se mostrado uma grande ameaça à atividade agrícola, com inundações nas plantações.

A soja, por exemplo, que possui produção em 435 cidades do Rio Grande do Sul, alcançou a marca de 12,71 milhões de toneladas na safra 22/23, no entanto, com as chuvas, uma grande preocupação toma conta dos produtores, já que o excesso de umidade eleva a acidez do óleo e reduz a oferta. De acordo com a Emater, o Rio Grande do Sul deveria ter a maior safra de soja desde 1970, alcançando 22,24 milhões no toneladas, porém, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o início das chuvas, apenas 60% da produção havia sido colhida.

Outro grande ponto de preocupação é o arroz. O Rio Grande do Sul é o maior produtor desse produto no Brasil, sendo responsável por mais de 70% da produção nacional. As chuvas destruíram quase 23 mil hectares de arroz no Estado, o que resultou em plantações totalmente perdidas. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), a perspectiva de colheita para a safra 23/24 é de 7,15 milhões de toneladas, considerando apenas as regiões não atingidas pelas chuvas e que ainda possuem grãos para colheita. Ainda segundo informações do IRGA, até o momento, as máquinas percorreram 758,1 mil hectares dos 900,1 mil hectares plantados no Estado. Da área restante, 22.952 hectares estão totalmente perdidos e 17.903 hectares estão parcialmente submersos pelas águas.

O trigo também merece atenção, afinal, na última safra, o estado gaúcho foi responsável por 52,6% dos resultados do país. Além deste, outros grãos de inverno que também podem ser comprometidos são aveia branca, canola, cevada e centeio.

Muitas variedades de hortaliças também são cultivadas em larga escala no Rio Grande do Sul, chegando a alcançar volumes em toneladas. Informações do Cepea apontam que a cenoura é hortaliça mais prejudicada, e, as estimativas apontam que isso resulte em uma janela de oferta e dificulte a retomada da atividade em áreas afetadas. A cidade de Caxias do Sul deve ter a maior perda na produção do alimento.

Outras safras que também podem apresentar problemas são as de batata e tomate. Mesmo com a proximidade do fim da colheita, a quantidade de água atrapalha o desenvolvimento. Com a fruticultura não é diferente, o Rio Grande do Sul também é destaque na produção de frutas, sendo inclusive responsável pela produção de 53% da produção do país.

E os impactos na pecuária?

O Rio Grande do Sul possui grande destaque com foco na criação de suínos e na avicultura, além do grande volume na produção da pecuária leiteira. Porém, foram muitos os problemas com a produção de proteína e perda de animais, incluindo bovinos, suínos e aves - que foram arrastados pela correnteza ou afogaram-se em galpões inundados, ou, ainda, sobreviveram em regiões menos afetadas, mas enfrentam riscos de falta de alimentos devido aos bloqueios em rodovias e falta de abastecimento de água.

A exportação de frangos em 2022 alcançou venda da carne para 131 países, mas esse número deve cair drasticamente com a tragédia climática, que também causou perdas relacionadas a material genético, equipamentos e estruturas. As rodovias interditadas estão impedindo o transporte das aves e dos insumos para alimentá-las.

Com os suínos, a situação não é diferente: a destruição das estradas impede o transporte de porcos e ração. Em 2022, a produção suína havia atingido o número de 1,05 milhão de toneladas e colocando o Rio Grande do Sul em segundo lugar no ranking de exportação, gerando US$622 milhões, ficando atrás apenas de Santa Catarina.

Assim como a avicultura e a suinocultura, a pecuária de corte e a pecuária leiteira também estão sendo afetadas. O Estado gaúcho conta com 10,08 milhões de cabeças de gado. No entanto, conforme o Cepea, a destruição de pontes e estradas prejudicam o transporte dos animais até os frigoríficos para o abate. A produção leiteira, que ultrapassa 4 bilhões de litros, também está comprometida.

Como ajudar?

Os movimentos de solidariedade e apoio estão surgindo e descendo por todo país. Por isso, diversos órgãos estão organizando campanhas de arrecadação e entrega de doações. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) anunciou que irá doar R$ 2 milhões para ajudar as vítimas.

O Governo do Estado reativou seu canal de doações para a conta "SOS Rio Grande do Sul", pela Chave pix (CNPJ): 92.958.800/0001-38 - Instituição Banrisul.

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Os recursos recebidos pela campanha serão integralmente revertidos para o apoio humanitário às vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura das cidades. Com o canal oficial de doações, o governo centraliza a ajuda financeira, fornece segurança ao doador e amplia a transparência da alocação do dinheiro, uma vez que a movimentação dos recursos passará por auditoria e fiscalização do poder público.

Outras formas de ajudar

Em Pelotas (RS), a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) atua como ponto de arrecadação de itens de higiene, materiais de limpeza, roupas, cobertores e alimentos. De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30, na avenida Fernando Osório, 1754 A, dentro da Associação Rural de Pelotas;

O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RS) está recebendo artigos e insumos para animais, como ração e medicamentos. Em Porto Alegre: rua Ramiro Barcellos, 1793, sala 201, das 9h às 18h;

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo recebe doações em qualquer Casa de Agricultura do Estado: água potável, alimentos não perecíveis e produtos de higiene pessoal.

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