A Agrishow me impactou, desde a primeira vez em que estive lá. Não estou me referindo ao tamanho da feira ou aos diferentes perfis de produtores que ali buscam informações e novidades. Também não estão estou falando sobre as tecnologias, que iluminam o evento como um cometa ilumina o céu.
Os pontos de atenção, no bom sentido, são justamente os bastidores. São os elementos que conectam os participantes aos expositores e que são reforçados durante os vários dias.
Nessa edição 2024, esses pilares ficaram ainda mais evidentes e apresento a seguir quais são.
Quais são esses pontos?
Há uma forte preocupação do agronegócio, tanto das agroindústrias, quanto dos produtores, em relação ao mínimo impacto no solo. Máquinas agrícolas, com esteiras que substituem as tradicionais rodas, ganham ano a ano espaço na Agrishow e também nas propriedades, demonstrando a total sinergia entre fabricantes e os guerreiros do campo.
Essas esteiras contribuem para a preservação de importantes características do solo para o processo produtivo e estão em sintonia com o pilar ambiental do ESG, reforçando a aderência dos produtores com essas causas.
Dentro deste cenário de bastidores, há outros aspectos que sempre me chamam atenção, tais como o combustível utilizado no maquinário e sucessão familiar.
Acelerando com sustentabilidade
Os fabricantes investem fortemente em soluções para diminuir o uso de diesel como combustível das máquinas agrícolas, com o objetivo de mitigar a emissão de CO2.
Uma alternativa é o gás biometano, composto a partir da decomposição de resíduos orgânicos. Estudos apontam que, além da questão do CO2, a utilização do biometano contribui para a redução de custos na manutenção do maquinário.
Um por todos, todos por um
Além do mínimo impacto do solo e das soluções para diminuir o uso de diesel, outro ponto que sempre observo na Agrishow é a sucessão familiar.
Edição a edição, tenho a sensação de que aumenta o número de crianças e jovens presente na Agrishow. Isso ocorre porque os fabricantes aprenderam que se conectar profundamente com o ecossistema, oferecendo interações condizentes, é mais importante do que a própria venda.
Por isso, a expectativa para a Agrishow 2025 é...
extremamente alta.
Acredito que todos - e mais alguns - elementos de bastidores serão reforçados pelos fabricantes e cada vez mais procurados pelos agricultores.
Esse movimento impactará e atenderá a demanda da sociedade, cada vez mais atenta às práticas ESG.
Afinal, não é possível mais vender, qualquer coisa, sem priorizar o ambiental, o social e a governança. O agro sabe muito bem disso.
Rodrigo Capella é Diretor Geral da Ação Estratégica, empresa de comunicação e marketing com ampla experiência no segmento de agronegócio. Pós-graduado em Jornalismo Institucional, Capella (como é conhecido no mercado de agronegócio) é autor de diversos livros e artigos sobre comunicação e marketing. Idealizador do projeto “Alertas do Agronegócio”, que leva demandas do setor para o Executivo e o Legislativo, e fundador do site Marketing no Agronegócio.
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