Um recente levantamento produzido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) mostrou que tem crescido a procura pelo seguro pecuário no Brasil, destinado aos rebanhos de produção e focado na proteção de equinos, bovinos e ovinos.
Entre os anos de 2018 e 2022, o levantamento destaca que a procura pelo Seguro Pecuário teve aumento expressivo de 1.106%, alcançando R$ 70 milhões. O Seguro de Animais cresceu 92%, chegando a R$ 20,2 milhões em 2022.
Mas, mesmo com todo esse expressivo crescimento, o seguro de criações no Brasil ainda é muito pequeno, não alcançando nem 2% do mercado. A grande razão para isso é o não conhecimento do funcionamento desta modalidade de seguro.
Por isso, vale a pena conhecer mais sobre o que é o seguro pecuário, quais as suas características principais e dicas para contratar essa modalidade.
O que é o Seguro Pecuário?
De forma generalista, os seguros pecuários são apólices que servem para proteger a vida dos animais destinados ao consumo e/ou produção.
Segundo Karen Matieli, diretora da Denner Seguro de Animais, essa modalidade de seguro atua para cobrir os danos diretos ou indiretos das fases de cria, recria e engorda, bem como os animais de trabalho.
“O seguro pecuário é o seguro de vida do animal, que garante indenização em caso de óbito do animal segurado, decorrente dos riscos amparados pela apólice de seguro”.
Esta modalidade teve crescimento expressivo nos últimos anos, demonstrando sua importância como uma das principais ferramentas de gestão de risco da atividade pecuária.
Além de sua importância e necessidade de maior conhecimento entre os pecuaristas, Karen explica que houve incentivo por parte do governo federal para o seguro pecuário.
“Através do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural houve uma redução em 40% o custo das apólices de seguro pecuário, beneficiando pecuaristas e empresas do segmento”.
Benefícios do seguro pecuário
Poder contar com um seguro pecuário que garanta maior proteção e segurança para o rebanho pode representar uma grande vantagem para a rotina comercial da empresa ou do pecuarista.
Neste contexto, a diretora da Denner Seguro de Animais destaca que a melhor forma de prever resultados é proteger as possíveis perdas, isso em todos os setores.
“Na pecuária, a perda mais significativa envolve o capital investido no principal ativo: os animais, consequentemente ter um seguro torna-se imprescindível”, opina.
Karen Matieli também destaca que essa é uma modalidade de seguro que ampara os principais riscos como morte decorrente de doenças, acidentes, picada de cobra, raio, intoxicação, ingestão de corpo estranho de maneira acidental, parto ou aborto ou eutanásia por razões humanitárias decorrente dos riscos cobertos.
Assim, além de proteger o capital investido, empresas e pecuaristas poderão se aproveitar de alguns benefícios gerais, como:
- Estabilidade financeira;
- Colaboradores mais satisfeitos com o trabalho;
- Possível isenção no Imposto de Renda Anual;
- Possíveis isenções de tarifas operacionais sobre os valores contratados para o produto.
Além disso tudo, o pecuarista terá a certeza de que sua criação estará protegida no caso de acontecimentos naturais e eventuais imprevistos.
Apesar destes muitos benefícios, Karen destaca que o pecuarista deve ficar atento às ocorrências que o seguro não cobre. “O seguro pecuário não cobre roubo/furto/abigeato, doenças infectocontagiosas desde que não vacinados e doenças de ordem sanitária”.
A contratação do seguro exige alguns cuidados
Mesmo sendo uma modalidade crescente no Brasil, Karen Matiele salienta que o seguro pecuário exige alguns cuidados importantes para sua contratação.
Em um primeiro momento, a especialista diz que é fundamental identificar o modelo de criação e o perfil da propriedade. “Inicialmente precisamos identificar as raças envolvidas, sistemas de criação e os principais riscos que acometem os animais”.
Também é importante realizar uma análise de riscos, pela seguradora, onde são considerados todos os pontos anteriormente destacados.
Assim, na contratação é preenchido um questionário de risco que oferece diversas informações sobre o sistema de produção e as características de manejo dos animais.
Esse questionário é acompanhado de uma planilha com a relação dos animais e suas respectivas identificações. “É importante que toda essa documentação seja assinada por um médico veterinário responsável pela propriedade”, complementa Karen.
Após toda a análise, a especialista recomenda ao pecuarista buscar uma corretora especializada no segmento.
“Caberá a essa corretora customizar as apólices que podem ser distintas como seguro rebanho de animais comerciais, seguro para os animais elite (doadoras e reprodutores) ou seguro para rebanho de produção de leite”, finaliza.
Com essas medidas, o pecuarista poderá efetivar a compra de uma apólice eficaz, garantindo uma tranquilidade maior para a sua produção.
Consequentemente, será possível contar com um seguro pecuário compatível com as suas operações, gerando resultados mais positivos em sua linha de negócio.
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